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Capital

Universitário e skatistas “sujam” cidade por protesto político

Francisco Júnior | 25/03/2013 12:17
Orla Morena é um dos locais mais pichados em Campo Grande. (Foto:  Marcos Ermínio)
Orla Morena é um dos locais mais pichados em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)

Protestar e fazer arte. Essas são as principais justificativas dadas pelos jovens detidos por picharem propriedades públicas e particulares na Capital. Só neste mês, 16 pessoas, entre adultos e adolescentes, foram parar na delegacia por conta deste tipo de crime. No grupo estão jovens adeptos do skate e até um estudante de artes, segundo a Polícia.

De acordo com a delegada da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista), Rozeman Geise Rodrigues de Paula, os acusados de pichar prédios privados e monumentos públicos foram detidos e ouvidos neste mês. Eles começaram a ser detidos na semana passada pela Polícia.

Conforme a delegada, entre as justificativas apresentadas, os pichadores afirmam que utilizam a prática para protestar contra os políticos e chamar a atenção das autoridades. “Um protesto que ninguém entende. São desenhos, frases indecifráveis”, avalia Rozemam.

Não só protestar é a intenção dos pichadores. Alguns alegam que o que fazem é arte. Entre os detidos está um universitário de artes. “Ele disse que queria mostrar a sua arte. Ele grafitou no muro de uma casa sem autorização do dono. Está fazendo arte de modo errado”, explicou.

A delegada informa que ainda esta semana deve ouvir outros pichadores.

Nos últimos dias, esse tipo de crime vem ganhando repercussão na cidade por conta do aumento dos locais pichados e onde os vândalos deixam sua “arte”. A Orla Morena é um dos pontos mais pichados da cidade.

Em todo o prolongamento da pista, que mede 2,4 quilômetros, é fácil encontrar trechos com escritas feitas com tinta spray. O Campo Grande News já fez inúmeras matérias denunciando o problema.

Um empresário foi obrigado a instalar câmeras de segurança para tentar identificar quem estava pichando os portões de sua casa, que fica na rua Alan Kardec, região da Orla Morena. Com as imagens, acionou a Polícia que acabou prendendo os pichadores.

Obelisco é alvo dos pichadores (Vanderlei Aparecido)
Obelisco é alvo dos pichadores (Vanderlei Aparecido)

Até o obelisco, que fica na avenida Afonso Pena, principal via da cidade, já foi alvo de vândalos.

Em nota, a Polícia Militar informa que os pontos preferidos dos pichadores estão sendo monitorados e os responsáveis pela depredação detidos e encaminhados para a delegacia de Polícia Civil, onde estão sendo investigados por crime/ato infracional de dano, dano qualificado ou crime ambiental.

A PM informa, ainda, que para aumentar o número de detidos e acabar com o problema das pichações, está trabalhando com uma rede de informações e monitoramento que conta com apoio de empresas e da comunidade. A intenção é pegar os pichadores em flagrante.

Por meio da assessoria de imprensa, o coronel Evaldo Iahn Mazuy, comandante do policiamento metropolitano, explica que a Policia está fazendo o cadastramento dos locais usados pelos pichadores, aumentando a vigilância e contando com parcerias para findarmos essa prática que afeta órgãos públicos e a população.

O coronel Carlos Alberto David dos Santos, comandante geral da PM, determinou que os envolvidos “sejam localizados e presos. Ele pede a colaboração de todos para denunciar e a acabar com a ação de pessoas que depredam o patrimônio e deixam a cidade suja”. Os telefones para denunciam são o 190 e o 181.

A pessoa que picha patrimônio público ou particular comete crime e pode pegar pena de prisão por dano, dano qualificado ou crime ambiental. A pena para quem picha um prédio público ou uma praça pode chegar a três anos. Sem prejuízo da reparação do dano bem como de possível pagamento de indenização.

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