Valor não cai, mas parcelamento sem juros é alternativa para aluguel na Capital
Segundo o sindicato, procura por negociação é de 40% do total de contratos comerciais e 12% para residenciais
As negociações de contratos nas imobiliárias de Campo Grande estão intensas desde o início da crise causada pelo coronavírus. Dados do Secovi ( Sindicato da Habitação) apontam para um crescimento de 40 % nas negociações de aluguéis de prédios comerciais e 12% dos residenciais. Mas pouca é a redução nos valores, o parcelamento do valor sem juros tem sido única alternativa para evitar a perda de inquilinos.
O presidente do sindicato, Marcos Augusto Netto explica que as negociações não estão seguindo um padrão e ocorrem conforme o caso. Em geral, as imobiliárias estão conseguindo criar um acordo entre inquilino e proprietário em que ao menos 40% do valor do aluguel é pago e o restante diluído, sem juros ou multa, nos meses seguintes.
“Proprietário nenhum quer perder inquilino”, comentou Netto. Mas segundo ele, o problema é que nesta relação muitas vezes o elo mais fraco é o proprietário. “Temos muitos donos de apenas uma propriedade que precisam daquele dinheiro para comer. Temos casos de idosos que têm esse dinheiro como aposentadoria ou complemento da aposentadoria”.
Dentre os critérios avaliados nestas negociações estão a suspensão temporária das atividades, quando se trata de prédios comerciais, e as demissões ou reduções salariais quando se trata de imóveis residenciais.
“O nosso mantra agora é negociar, negociar e negociar”, declara Netto. Segundo ele, o sucesso das negociações gira em torno de 90%. Ele ressalta a importância das imobiliárias neste período de pandemia já que as casas são os locais indicados para a população se proteger.
Proprietário de uma funilaria, Cleber Nantes, conseguiu negociar amigavelmente o contrato que estava vencendo no prédio que trabalhava anteriormente. Segundo ele, o proprietário aceitou que ele deixasse o local antes de quitar o último aluguel porque percebeu o prejuízo causado nestes dias de fechamento.
Eles decidiram deixar o pagamento para o fim deste mês. “Comecei a atender na segunda-feira e só agora a situação começou a melhorar”, disse.
O microempresário lamenta a falta de ajuda para este público que não teve acesso ao auxílio emergencial do Governo Federal. “Também não tenho carteira assinada, mas não posso receber. Os empréstimos também não são liberados para nós. Nossa situação está complicada”, disse em nome de outros empresários de pequeno porte.