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Capital

Vassoura na mão e receio com reabertura: funcionários do Centro preparam volta

Comércio amanheceu entre reuniões para reorganizar atendimento e mutirões de higienização

Jones Mário e Clayton Neves | 06/04/2020 08:35
Vassoura e pá para tirar a poeira acumulada nas duas semanas de fechamento das lojas (Foto: Kísie Ainoã)
Vassoura e pá para tirar a poeira acumulada nas duas semanas de fechamento das lojas (Foto: Kísie Ainoã)

O comércio varejista do Centro de Campo Grande só reabre às 9h desta segunda-feira (6), mas, às 7h, a Rua 14 de Julho já estava povoada por trabalhadores. Nos preparativos para voltar ao serviço, o receio de funcionários com a retomada das atividades em meio à pandemia do novo coronavírus divide espaço com vassoura, pano e muito produto de limpeza para higienizar os estabelecimentos fechados por duas semanas.

Pelas vitrines, era possível ver reuniões entre trabalhadores e suas gerências antes do início do expediente, bem como os procedimentos de limpeza em gôndolas e seções. Do lado de fora das portas ainda fechadas, vassoura e pá para tirar a poeira acumulada.

Gôndolas e seções eram todas limpas antes de retomar atividades nas lojas (Foto: Kísie Ainoã)
Gôndolas e seções eram todas limpas antes de retomar atividades nas lojas (Foto: Kísie Ainoã)

Giza Costa, 32 anos, vendedora de loja de acessórios, chegou duas horas antes da abertura do comércio só para limpar e reorganizar o local. “Estava sem trabalhar desde o dia 21 [de março]. Foi tenso, quase enlouqueci e comi bastante”, brinca.

A vendedora relata receio com o fim do isolamento e a possibilidade de ser contaminada pelo novo coronavírus.

“É preocupante. A gente tem medo, mas precisa trabalhar. O duro é que você tem medo de ficar em casa, medo de ir para a rua. A gente se divide entre o medo do vírus e o de não saber se vai conseguir manter o emprego”, diz.

Caixa de uma loja de eletrodomésticos, Evelise da Silva, 37, foi trabalhar hoje só para preparar o estabelecimento, que decidiu abrir só amanhã. “Hoje vai ser só sabão e álcool em gel”, resumiu a faxina geral.

Evelise da Silva foi trabalhar só para organizar e limpar o estabelecimento, que reabre amanhã (Foto: Kísie Ainoã)
Evelise da Silva foi trabalhar só para organizar e limpar o estabelecimento, que reabre amanhã (Foto: Kísie Ainoã)

Evelise também teme contribuir para o contágio em massa pelo vírus. “Para e pensa: como vai saber se teve contato? É complicado trabalhar com muita gente, muitos não respeitam questões de precaução. Eu estou com medo, mas quero trabalhar”, afirma.

A funcionária foi de ônibus para o Centro, “mas redobrando os cuidados, sem levar a mão na boca”, pontua.

Vendedor de loja de calçados, Junior dos Santos, 21, aguardava reunião para organizar o local e repassar recados antes da reabertura. Segundo ele, a empresa providenciou álcool em gel durante a semana passada e antecipou a limpeza.

“Agora faltam só os últimos detalhes. Fica um receio de voltar, mas a gente está se prevenindo o máximo possível dentro da loja. Já estávamos nos precavendo bem antes de fechar”, lembra.

Decreto baixado pela prefeitura na última sexta-feira (3) estabeleceu horário de funcionamento das 9h às 16h30min para o comércio. O município sugeriu escalas de trabalho para evitar aglomerações e impôs limite de atendimento em até 30% da capacidade.

Trabalhadores chegaram com duas horas de antecedência ao horário de abertura previsto (Foto: Kísie Ainoã)
Trabalhadores chegaram com duas horas de antecedência ao horário de abertura previsto (Foto: Kísie Ainoã)


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