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Capital

Vendaval causa prejuízo de até R$ 1 mil e dezenas de casas destelhadas

Flávia Lima | 01/06/2015 13:46
O pintor Marcio Henrique teve prejuízo de mais de R$ 1 mil com o vendaval. (Foto:Marcos Ermínio)
O pintor Marcio Henrique teve prejuízo de mais de R$ 1 mil com o vendaval. (Foto:Marcos Ermínio)

A manhã desta segunda-feira (1) foi de muito trabalho para moradores de várias ruas do Bairro Coophatrabalho, na Capital, que ainda contabilizam os prejuízos causados pelo vendaval que atingiu a região na tarde deste domingo, destelhando dezenas de casas nas ruas Pindó e Caroba. A situação ficou mais crítica devido a chuva forte que caiu de forma incessante durante toda a tarde, alagando as casas destelhadas.

De acordo com moradores, a Defesa Civil passou pelas ruas ontem mesmo distribuindo lonas e material para cobrir os telhados. Segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), algumas regiões da Capital registraram ventos em torno de 53 quilômetros por hora. Porém, o meteorologista Ernesto Alvim não descarta a possibilidade de uma rajada localizada ter atingido a região do Coophatrabalho com ventos de 80 km/h.

“O fato dessas rajadas não terem sido detectadas por nossa estação não significa que não ocorreram. Se fosse um tornado, que atingisse a cidade toda, seria diferente. Os vendavais são fenômenos localizados", explica.

A força das rajadas assustou os moradores da Rua Pindó, onde sete casas sofreram danos. Uma das mais atingidas foi da dona-de-casa Sandra Elisa Hofmann, que perdeu 15 telhas, além de antena de TV e vidros de um dos quartos que quebrou. “Na hora só pensei em correr e cobrir os eletrodomésticos. Não tinha muito o que fazer”, destaca.

O vendaval também arrancou a telha dos vizinhos que moram ao lado, que acabaram parando em cima de sua casa e quebrando mais telhas. Como mora sozinha, ela ligou para a filha, que reside na saída para São Paulo, que correu para socorrer a mãe.

Os reparos no telhado deverão ser feitos pelo genro e a dona-de-casa calcula um prejuízo de R$ 980,00 só com as telhas. “Estou com medo de ligar os aparelhos eletrônicos. Estou esperando secar bem porque quero evitar mais estragos”, disse.

Até que o genro chegasse com uma lona para cobrir o telhado, Sandra, que reside no bairro há 12 anos, teve muito trabalho para evitar que a casa fosse inundada pela água. Ainda assim, os dois quartos e a uma das salas ficaram alagados e ainda hoje pela manhã ela terminava de secar o chão dos ambientes.

Prejuízo também teve o pintor Marcio Henrique Diniz, que vai desembolsar R$ 1 mil para repor as dez telhas perdidas de sua casa, sem contar a antena da operadora de TV a cabo e provavelmente a calha. Hoje cedo ele tentava recuperar a calha, fixando-a novamente no telhado. Além desse gasto, ele também precisará arcar com a mão-de-obra de um pedreiro para fazer os reparos.

O pintor conta que no momento do vendaval estava trabalhando no Centro da Capital, quando recebeu o telefonema da esposa, que estava sozinha em casa com os três filhos. “Não pensei duas vezes e voltei correndo”, diz.

Na casa da aposentada Alda Andelucci, os vizinhos foram quem socorreram ela e o marido, colocando duas lonas no telhado. “Na hora da chuva tinha visita em casa e todos ficaram muitos assustados. Os ventos eram tão fortes que vários galhos caíram em cima da minha casa. Até algumas telhas de amianto que estavam empilhadas no chão foram quebradas”, conta.

Mesmo com as lonas, não foi possível conter a água que entrou na casa. “Os três quartos foram inundados, além da sala. Ainda não calculei o prejuízo”, afirma a aposentada que tem uma pequena lanchonete para ajudar no orçamento.

Moradora antiga do bairro, ela lembra que já sofreu prejuízos em outras três ocasiões devido a temporais. “Só não tivemos mais prejuízo dessa vez porque os carros estavam protegidos na garagem”, ressalta.

Já o vigilante patrimonial Odimar Amaral, que reside na rua há 36 anos disse que nunca teve prejuízos em temporais passados como os computados ontem. Ele também passou a manhã realizando reparos no telhado e vai precisar arcar com R$ 800,00 referentes a compra de material. “Vou ter que fazer isso logo porque deve voltar a chover logo”, disse. Ele também perdeu antena de TV e uma caixa d’água.

Na hora do vendaval ele estava em casa com a esposa, o filho e sua mãe, que ficou nervosa quando a água começou a invadir a sala e os quartos. “Como ela já tem idade, ficou com medo. Colocamos lonas, mas a água acumulou nas lâmpadas e escorreu pelas paredes”, destaca.

Na Avenida Florestal, principal do bairro, duas casas foram destelhadas. Na Rua Caroba, outras oito também sofreram prejuízos e na Bacaba, uma residência teve as telhas parcialmente destruídas.

Mais chuva – Segundo previsão do Inmet, mais chuva vai atingir a Capital até quinta-feira (7). Para a tarde de hoje deve chover a qualquer momento e a máxima não passa dos 24ºC. De acordo com a Defesa Civil, choveu 55 milímetros em Campo Grande na tarde deste domingo.

Ainda conforme o Inmet, o tempo ficará instável também no interior do Estado, com névoa úmida e pancadas de chuva e trovoadas isoladas. As mínimas não passam de 14ºC e a máxima de 29ºC.

A casa da aposentada Sandra Hofmann foi uma das mais atingidas e além das telhas, teve vidros quebrados. (Foto:Marcos Ermínio)
A casa da aposentada Sandra Hofmann foi uma das mais atingidas e além das telhas, teve vidros quebrados. (Foto:Marcos Ermínio)
A aposentada Alda Andelucci está com medo de novas chuvas, já que a lona não foi suficiente para conter a invasão da água nos quartos e sala. (Foto:Marcos Ermínio)
A aposentada Alda Andelucci está com medo de novas chuvas, já que a lona não foi suficiente para conter a invasão da água nos quartos e sala. (Foto:Marcos Ermínio)
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