Ventania derruba árvore sobre barraco e comunidade cobra ajuda para retirada
Moradores acordaram de madrugada com o barulho e temem novos incidentes; Defesa Civil avalia situação
Às 2h desta segunda-feira (8), Gleiciane Garrido, 33 anos, acordou com um estalo vindo do lado de fora, próximo do barraco onde mora, na comunidade Cidade dos Anjos. Reconheceu na hora que a ameaça de queda da árvore se concretizou. “No segundo estalo nós já pulamos da cama, porque o galho maior caiu, fez o maior barulho, quebrou o telhado e um pedaço caiu na cama dos meus filhos”.
RESUMO
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Três árvores caíram sobre um barraco na comunidade Cidade de Deus, em Campo Grande, durante a madrugada desta segunda-feira (8). A família de Gleiciane Garrido, 33 anos, composta por ela, o marido e quatro filhos, escapou ilesa após acordar com o barulho dos galhos quebrando o telhado. Moradores da comunidade relatam preocupação com outras árvores em risco de queda. O Corpo de Bombeiros informou que a responsabilidade pela retirada é da prefeitura, que por sua vez alega só atuar quando há obstrução de via pública. A família afetada busca doações de telhas para reconstruir o barraco.
Quando saiu de casa, descobriu a extensão do dano. A ventania repentina derrubou uma árvore sobre o barraco de quatro cômodos e outras duas no entorno. Ela, o marido e os quatro filhos (13, 9, 5 e 1 ano) escaparam ilesos. Assustados com o barulho, os vizinhos também saíram para ver o que aconteceu.
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A madrugada virou dia e os galhos permanecem sobre o barraco. Quando a reportagem chegou, a equipe do Corpo de Bombeiros deixava o local, e os militares não quiseram comentar a situação. Segundo moradores da comunidade, a informação repassada por eles é que a responsabilidade pelo corte e retirada da árvore é da prefeitura.
Alexsander Garrido, marido de Gleiciane, disse que ligou para a prefeitura e recebeu a informação de que a retirada só é realizada pela administração quando há obstrução de via pública. Ele afirma que, se não tiver alternativa, o jeito é unir forças com os vizinhos para resolver a situação. “Fica um jogando para o outro e ninguém dá solução”.
Francielly Nicomedes, 33 anos, vizinha de Gleiciane, observa os galhos caídos e também está temerosa. No quintal dela, há uma árvore com a base carcomida por cupim e que está pendendo para o barraco. Ela diz que, se alguém desse autorização, eles mesmos tirariam. “Queremos segurança para dormir tranquilos, principalmente por conta das crianças”. Ela tem seis filhos, com idades entre 1 e 13 anos. Hoje vai dormir na casa da mãe.
No caso de Thaís Cristina Lourenço, 26 anos, há seis eucaliptos próximos do barraco, um deles no quintal, com a raiz enegrecida. “O medo é por causa das crianças, que podem estar brincando e uma árvore pode cair em cima delas”. Ela tem quatro filhos e está grávida de 5 meses, de gêmeos.
“Somos esquecidos, abandonados; nossas crianças choram com medo sempre que fecha o tempo. Nós aguentamos bem, mas as crianças, quando veem essas coisas, ficam desesperadas”, avalia Maria Morales, 44 anos. Ela reforça o pedido dos vizinhos para que a Defesa Civil autorize a retirada das árvores que representem perigo para eles. “Sem autorização, a gente tem medo de começar a tirar e a polícia aparecer”.
O medo é por conta da previsão de tempo instável para os próximos dias, com temporais e ventania.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, Enéas Netto, explicou que está discutindo com o Corpo de Bombeiros sobre a situação, já que os moradores estão em zona de risco, em terreno arenoso e área de preservação ambiental. "Temos que atuar em várias frentes para ter resolutividade", disse. Ele diz que o trabalho não envolve somente a retirada das famílias das áreas de risco, mas a ação de secretarias de Habitação e Assistência Social, já que são famílias vivendo em área invadida e de forma precária.
Alexsander pediu a divulgação do telefone para que alguém doe telhas para reconstrução do barraco: (67) 99854-7101.
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