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Capital

Vício atinge 11,6% da população; maioria homens entre 55 e 64 anos

Pesquisa do Ministério da Saúde foi realizada nas capitais brasileiras, contemplando 53,2 mil entrevistados.

Anahi Gurgel | 31/05/2017 16:37
Fumante em Campo Grande, onde o vício atinge 11,6% da população, sendo a maior parte formada por homens. (Foto: André Bittar)
Fumante em Campo Grande, onde o vício atinge 11,6% da população, sendo a maior parte formada por homens. (Foto: André Bittar)

Os fumantes representam 11,6% da população de Campo Grande e a maioria é formada por homens com idade entre 55 e 64 anos. É o que revela a Pesquisa Vigitel 2016 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Ministério da Saúde.

O levantamento foi realizado entre fevereiro e dezembro de 2016, com 53.210 entrevistas por telefone, com pessoas maiores de 18 anos nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal.

O levantamento mostrou que a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,2% em 2016, sendo que a política brasileira de controle do tabaco foi responsável pela queda de 35% no número de fumantes nas capitais brasileiras, segundo o Ministério da Saúde.

A pesquisa mostrou ainda que, entre as capitais, Campo Grande fica atrás de Curitiba (14%), Porto Alegre (13,6%) e São Paulo (13,2%). Por outro lado, Salvador foi a capital com menor prevalência de fumantes (5,1%).

Vício atinge 11,6% da população; maioria homens entre  55 e 64 anos

Em todo o país, segundo a pesquisa, é mais intensa a frequência do uso de tabaco entre homens (12,7%) do que nas mulheres (8,0%). O vício é menor entre jovens com até 25 anos de idade (7,4%) ou após os 65 anos (7,7%) e muito superior entre homens com idade entre 55 e 64 anos (13,5%).

De acordo com o Ministério da Saúde, medidas como a proibição da publicidade de cigarros nos meios de comunicação e pontos de venda e do consumo de tabaco em ambientes fechados, foram fundamentais para a redução dos fumantes no país.

Entretanto, o que mais foi eficaz para essa diminuição foi a recomendação da Conicq (Convenção-Quadro para Controle do Tabaco), tratado mundial ratificado pelo Brasil em 2005: aumentar os preços dos produtos fumígeros por meio da elevação dos impostos.  

“Em 2011, houve aumento expressivo de impostos, mas o cigarro brasileiro continua muito barato quando comparado a outros países. Precisamos também eliminar o contrabando de cigarros que tende a neutralizar o efeito dessa medida", afirma Tânia Cavalcante, secretária-executiva da comissão nacional para implementação da Conicq.

"Apagando cigarro". Prejuízo com doenças relacionadas ao tabaco chega a R$ 56,9 bilhões. (Foto: André Bittar)
"Apagando cigarro". Prejuízo com doenças relacionadas ao tabaco chega a R$ 56,9 bilhões. (Foto: André Bittar)

Alto custo - Pesquisa inédita do Ministério da Saúde, divulgada neste Dia Mundial sem Tabaco - 31 de maio- revela que o consumo de cigarros e outros derivados causa um prejuízo de R$ 56,9 bilhões ao país a cada ano. Desse total, R$ 39,4 bilhões são com custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade, provocadas por morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores.

Os dados são do levantamento “O Tabagismo no Brasil: morte, doença e política de preços e impostos”, que verificou que a arrecadação total de impostos pela União e estados, com a venda de cigarros no país em 2015, foi de R$ 12,9 bilhões. Ou seja, o saldo negativo do tabagismo para o país foi de R$ 44 bilhões, quando se subtrai os gastos da saúde em relação aos impostos arrecadados.

Segundo o estudo, as doenças relacionadas ao tabaco que mais oneraram em 2015 o sistema público e privado de saúde no Brasil foram: doença pulmonar obstrutiva crônica (R$ 16 bilhões); doenças cardíacas (R$10,3 bilhões); tabagismo passivo e outras causas (R$4,5 bilhões); câncer de esôfago, estômago, pâncreas, rim, bexiga, laringe, colo do útero e leucemia (R$4 bilhões); câncer de pulmão (R$2,3 bilhões); acidente vascular cerebral (R$2,2 bilhões); e pneumonia (R$146 milhões).

No período, 156.216 mortes foram relacionadas ao tabagismo, o que representa 12,6% de todos os óbitos de pessoas com mais de 35 anos.

O estudo teve coordenação científica da Fundação Oswaldo Cruz e do Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria, da Universidade de Buenos Aires, com financiamento do Instituto Nacional do Câncer.

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