Violenta, "quadrilha do ponto" escolhia trabalhadores para roubar celular
Violentos e petulantes. Os três criminosos apresentados hoje (22), pela Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), agiam sempre de forma agressiva e contra trabalhadores, simplesmente para roubar celulares e revendê-los por valor inferior. Em um dos casos, eles atiraram na vítima, um idoso, porque o aparelho era antigo, portanto barato.
Caio Gabriel lima de Oliveira, 20 anos, Wesley Henrique da Silva Lima e Moisés Gonçalves Pegado, ambos de 19 anos, são acusados de matar a tiros o soldado do Exército Elton Cézar Roveri, 18 anos, esfaquear o estudante Kaio Fernando Ribeiro de Moraes Fagundes, 20 anos, e balear Waldomiro Mário Szulc, 61 anos.
Todos os crimes ocorreram no dia 23 de junho. Segundo a polícia, foi pelas características comuns das ações que eles perceberam que se tratava de uma associação criminosa.
Os bandidos sempre assaltavam trabalhadores em pontos de ônibus e na maioria dos casos pela manhã. As vítimas preferidas eram mulheres e idosos. O objetivo da quadrilha era roubar celulares para revender.
De acordo com o delegado, Carlos Delano, os três criminosos moravam juntos em uma casa no bairro Santo Eugênio. Wesley e Moisés já praticavam crimes há alguns meses, juntamente com Elisson da Silva Crisanto, o “Dentinho”, 19 anos, morto em confronto com o Batalhão de Choque, no dia 1º de julho.
Caio entrou para o grupo no dia 8 de junho, quando veio de Corumbá para uma festa em Campo Grande e decidiu ficar por aqui. Conforme a polícia, foi a partir da vinda dele que os crimes ficaram mais violentos.
Na Capital, eles teriam feito vários assaltos, a polícia ainda não sabe quantos, mas sempre com muita agressividade. “Se a vítima reagir tinha que atirar”, disse Caio, na coletiva, que já responde por dez crimes no interior do Estado.
Os três usavam uma moto para o crime, que foi apreendida. A polícia acredita que um carro também tenha sido utilizado, mas o veículo não foi encontrado.
Caio, Moisés e Wesley vão responder por tentativa e execução de latrocínio - roubo seguido de morte. De acordo com o delegado Reginaldo Salomão, quem comprou os celulares também pode ser indiciado. “Quem compra um celular roubado, também está com a mão suja de sangue. Nós vamos atrás das pessoas que adquiriram esses celulares e elas serão autuadas por receptação”, disse.
Crimes – Os três casos ocorreram no dia 23 do mês passado. No primeiro caso, logo pela manhã, a vítima foi Waldomiro Mario Szulc, de 61 anos, que foi baleado de raspão na cabeça enquanto esperava o ônibus no ponto.
Ele, que é motorista, estava indo trabalhar e foi abordado pela dupla, no bairro São Conrado, onde mora. Os bandidos atiraram pois se irritaram com a qualidade do celular da vítima, de um modelo antigo.
Mais tarde, à noite, o soldado do Exército, Elton César Roveri, 18 anos, foi morto com quatro tiros após reagir a um assalto, na rua Hiran José Horn, no Conjunto Parati - região Sul de Campo Grande.
O soldado chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Um suspeito pelo crime, Caio Gabriel Lima de Oliveira, foi preso em Corumbá. Ele teve a ajuda de dois comparsas. Um deles, Elisson Crisanto, morreu em confronto com policiais, enquanto um adolescente de 17 anos foi apreendido.
O último caso aconteceu também à noite, vitimando Kaio Fernando Ribeiro de Morais Fagundes, de 20 anos. O estudante foi esfaqueado na rua Albert Sabin, bairro Caiçara, e precisou ser socorrido por um comerciante da região.
Ele foi levado para a Santa Casa, onde passou por cirurgia e ficou internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), permanecendo em estado grave por uma semana. Atualmente ele se recupera.