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Cidades

Dois cursos de humanas da UFMS estão entre os melhores do Brasil

Avaliação do MEC destaca qualidade da graduação da instituição pública em relação à maioria brasileira

Anahi Gurgel | 08/03/2017 18:27
Fachada da UFMS, em Campo Grande, que atingiu nota máxima em cursos de ciências humanas. (Foto: Alcides Neto)
Fachada da UFMS, em Campo Grande, que atingiu nota máxima em cursos de ciências humanas. (Foto: Alcides Neto)

Os cursos de Direito e de Tecnologia em Processos Gerenciais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande estão entre os melhores do País. Conforme os Indicadores de Qualidade de Educação Superior, divulgados nesta quarta-feira (8), o desempenho revela que o cenário do ensino superior no Estado está acima da média brasileira, considerada insuficiente pelo MEC (Ministério da Educação).

Anualmente, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) avalia o ensino superior por meio de uma série de indicadores. A cada ano um grupo diferente de cursos é avaliado e todos são apreciados a cada três anos.

Nesta edição, que tem 2015 como ano base, foram analisados 8.121 cursos nas áreas de Ciências Sociais, Ciências Humanas e afins (como Administração, Ciências Contábeis, Direito e Psicologia), e cursos tecnológicos em Gestão de Negócios, Apoio Escolar, Lazer, Produção Cultural e Design (como Comércio Exterior, Gestão Pública e Design Gráfico). A pesquisa contemplou 26 áreas de avaliação e 447.056 participantes.

De forma geral, 15% das instituições de ensino do País tiveram índices de avaliação bem abaixo da escala de pontuação, que vai de 1 a 5. Os dados foram elaborados tendo como parâmetros o resultado do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), CPC (Conceito Preliminar de Curso) e IGC (Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição).

Na UFMS, pelo conceito Enade, além da nota máxima obtida pelos cursos de Direito e Tecnologia em Processos Gerenciais em Campo Grande, os cursos de Ciências Contábeis, também da Capital e de Três Lagoas e Corumbá, e de Direito, em Campo Grande e Três Lagoas, atingiram o nível 4 da escala.

Pelo CPC, foram dadas nota 4 para os cursos de Administração, em Campo Grande e Paranaíba, em Tecnologia em Processos Gerenciais e Pscicologia, na Capital. Mas os cursos de Direito de Corumbá e Campo Grande obtiveram nota 2, considerada insatisfatória.

A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) tirou nota 4 em Direito, em Dourados, e Ciências Contábeis e Administração, em Ponta Porã. 

Por outro lado, pela UFMS, os cursos de Administração em Bonito e Turismo em Aquidauana, obtiveram nota 1. A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) também atingiu pontuação 1 no curso de Turismo, no campus em Jardim.

Gráfico que demonstra composição dos índices de avaliação, divulgada pelo Inep.
Gráfico que demonstra composição dos índices de avaliação, divulgada pelo Inep.

Cenário preocupante – Os índices de Mato Grosso do Sul diferem da maioria das instituições públicas do País. De acordo com o Inep, um em cada quatro cursos oferecidos apresentaram uma classificação insatisfatória, com pontuações nos níveis 1 e 2. Apenas 8,9% dos cursos públicos avaliados apresentaram indicador máximo.

Dos cursos de ensino superior de instituições privadas, 31,2% obtiveram classificação 1 e 2, em virtude do desempenho insatisfatório dos alunos; e 4,5%, o conceito 5, o mais alto.

O Enade é feito a partir da análise de uma prova geral, com 10 questões, e outra de habilidades específicas, que varia de acordo com o curso. De uma escala de 0 a 100, a média obtida pelos alunos na prova de formação geral em nenhum curso ultrapassou 60 pontos.

O pior desempenho foi dos estudantes de Tecnologia, com uma média de 52,8. A média mais alta foi de Administração Pública, com 57,9.

Na prova que analisou os componentes específicos, os resultados foram ainda mais baixos. Em nenhum curso o índice de acerto dos alunos ultrapassou a média de 45 pontos, também de uma escala que vai até 100.

O desempenho obtido pelos cursos no CPC indica que 11,3% receberam classificações insatisfatórias. Dos cursos de instituições públicas, 10,5% receberam CPC insatisfatório. Nas instituições particulares, 11,5% tiveram conceitos 1e 2.

O CPC 5 foi alcançado por 0,4% dos cursos de escolas públicas, um desempenho ainda pior do que o das escolas privadas. Do universo das particulares, 1,5% alcançou a avaliação máxima.

Pelo conceito IGC, apenas 1,1% das instituições atingiu nota 5. Das instituições públicas, 4,9% alcançaram nota máxima, enquanto entre particulares apenas 0,6% chegaram à marca.

Composição de indicadores - Além das provas do Enade, os estudantes respondem a um questionário sobre condições socioeconômicas e sobre o curso e a instituição. Tanto as provas do Enade quanto o questionário são obrigatórios para os concluintes dos cursos avaliados, que ficam impedidos de receber o diploma caso deixem de fazer o exame sem justificativa.

O CPC é calculado com base principalmente no desempenho dos estudantes Enade, nos dados obtidos por meio do questionário do estudante e nos dados dos professores obtidos no Censo da Educação Superior. São considerados por exemplo, o número de mestres e doutores na instituição, bem como as condições de trabalho.

Já o IGC é calculado com base no CPC e em avaliações dos cursos de pós-graduação feitas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para que todos os cursos da instituição sejam considerados, o cálculo é feito com base nos três últimos CPCs.

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