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Cidades

Efeito "chapa quente" em MS provoca queda de 3,8 mil raios em três dias

A soma das altas temperaturas e longo período de estiagem, com uma chuva rápida que atingiu alguns municípios ontem, foi suficiente para provocar descargas elétricas.

Anahi Gurgel | 12/09/2017 14:23
Queda de raio registrada em Campo Grande. Foram 3,8 mil registros em apenas 3 dias no estado. (Foto: André Bittar)
Queda de raio registrada em Campo Grande. Foram 3,8 mil registros em apenas 3 dias no estado. (Foto: André Bittar)

Nos últimos 3 dias, Mato Grosso do Sul registrou queda de 3.672 descargas elétricas, principalmente nos municípios do sul e sudoeste, onde foi registrada chuva na manhã e tarde desta segunda-feira (11). O efeito de jogar água fria, mesmo que em pouca quantidade, em uma chapa super quente pode justificar o “fenômeno”, em pleno período de estiagem.

De acordo com dados da Uniderp (universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal), entre os dias 09 e 11 de setembro, os municípios campeões em descargas elétricas foram Porto Murtinho, com alarmantes 816 registros, seguido de Bela Vista com 485, Bonito com 356, Jardim com 324 e Caracol com 288.

Na sequencia aparecem Corumbá, com 205, e Campo Grande, com 154 registros nesses três dias.

Mas por que esse tantas descargas elétricas, se raios e trovoadas são mais frequentes em períodos chuvosos, nas estações da primavera e verão?

Trata-se de uma união de forças acumuladas. “São muitos dias sem chuva, com altas temperaturas e um acúmulo de energia tão grande, que a atmosfera fica à espera de apenas um fator para ser descarregada: a umidade", explica o meteorologista Natálio Abrahão.

Claro que a chuva de ontem foi fraca, mas em situação de aquecimento extremo como a dos últimos dias, um pouco de água é suficiente para que as descargas elétricas aconteçam. 

“É como uma chapa quente. Joga um pouco de liquido por cima, e já sai faísca”, compara.

Descarga elétrica registrada em Campo Grande. Acúmulo de energia, com altas temperaturas e longa estiagem, favorecem descargas elétricas. (Foto: Alcides Neto)
Descarga elétrica registrada em Campo Grande. Acúmulo de energia, com altas temperaturas e longa estiagem, favorecem descargas elétricas. (Foto: Alcides Neto)

Cai, não cai -A  coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), Franciane Rodrigues, complementa que, nesse período, houve muita nebulosidade associada a formação de frentes frias.

Ela explica que os sensores da plataforma Starnet, monitoramento onoline de raios em todo Brasil, contabilizam todos os tipos de vibrações de campos elétricos de baixa frequência dentro das nuvens.

“Detecta muitas vibrações, além dos raios em solo, por isso é tão alto o índice de descargas elétricas”, detalha.

“Como houve formação de nuvens nas regiões sul, central, pantaneira e sudoeste mesmo num período de seca, há formação de campo elétrico dentro das nuvens, favorecendo a formação das descargas atmosféricas”. Algumas chegam ao solo e outras ocorrem dentro das nuvens. 

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