Desemprego exige espera de mais de uma hora na fila de agência

O desemprego que a cada dia vem atingindo mais e mais brasileiros tem gerado grande procura nas agências que ofertam vagas de trabalho. Em uma delas, a Funtrab em Campo Grande recebe todos os dias cerca de 600 pessoas em busca de ocupação, seguro desemprego e emissão de carteira de trabalho. As filas se formam antes mesmo das portas abrirem e o tempo de espera é de cerca de 1h30.

Nesta manhã (27) o salão da Funtrab estava lotado. Entre os que procuram uma oportunidade está o Edson Antônio dos Santos de 43 anos. Segundo ele, ao menos três vezes na semana ele frequenta a agencia à procura uma vaga no setor de vigilância ou portaria. Apesar de indicar a área ele garante que não se prende à ela. “Hoje não tem como escolher. O que oferecerem o pessoal esta pegando”, afirmou.

Conforme Edson, pelo menos de 3h a 4h por semana do seu tempo é destinado à procura de vaga, já que na agência, com a grande quantidade de gente na mesma situação, a espera chega à 1h30. “Tem que correr atrás. Venho toda semana porque a gente faz entrevista e eles ficam de chamar, mas não dá pra eu ficar esperando”, justificou, dizendo ainda que sempre procura ‘bico’ para ajudar.

Cleomar Melo de Jesus de 43 anos chegou às 8 horas também em busca uma oportunidade na área de vigilância ou portaria. O último emprego foi para cobrir férias e há 20 dias está desempregado. Por volta das 9h30 desta quarta-feira cerca de 30 pessoas ainda estava a sua frente. “Eu cheguei tinha 60 pessoas na minha frente. Espero ao menos sair encaminhado daqui”, disse.

Apesar de ter experiência na área, Cleomar conta que está muito difícil arranjar emprego. “Já fui na Funsat. Antes de vir pra cá eu entreguei outros currículos, mas está difícil e olha que eu tenho experiência na área”, conta.

Depois de trabalhar como autônomo, Marcos César Ribeiro de 46 anos procura um emprego fixo na área de departamento pessoal, apesar de estar também ao menos uma hora aguardando ele afirma estar confiante. “Não pode desanimar”.

Mesmo com o alto número de desempregados, o diretor–presidente da Funtrab afirma que no 1º trimestre 5 mil pessoas foram colocadas no mercado de trabalho. Somente o mês de fevereiro houve um saldo de mais de 3,5 mil vagas. “Não há um dia que oferecemos menos de 100 vagas”, afirma.

Sobre quem ‘vive’ ali procurando uma vaga, ele afirma que muitas vezes a pessoa procura uma certa vaga e não está disposta a aceitar outro serviço, outro exemplo seria a questão de qualificação que muitas vezes dificulta a inserção. “Temos 10 vagas para motoristas de caminhão que está aqui com a gente há alguns dias, isso porque pede o curso Mopp (Movimentação Operacional de Produtos Perigosos), e muitos não têm”, disse.

Nesta quarta-feira por exemplo, há 173 vagas disponíveis na Funtrab, como açougueiro, vendedor, atendente, motorista de caminhão, eletricista, mecânico, pintor, repositor, entre outros.