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Empregos

Sindicato denuncia empresários chineses, mas funcionários defendem

Mariana Rodrigues | 16/07/2015 17:34
A maioria das lojas de empresários chineses estão concentradas na rua 14 de Julho. (Foto: Marcos Ermínio)
A maioria das lojas de empresários chineses estão concentradas na rua 14 de Julho. (Foto: Marcos Ermínio)

Empresários chineses, proprietários de lojas em Campo Grande, estão sendo investigados pelo não cumprimento de acordos trabalhistas com seus funcionários. Segundo o SECCG (Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande), por serem estrangeiros, esses comerciantes ignoram direitos trabalhistas previstos na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

As denúncias são sobre limite de horas extras, trabalho semanal com direito a uma folga depois de seis dias trabalhados, acréscimo financeiro das horas extras, pagamento de piso salarial e não apenas o salário mínimo para a categoria e desvio de função e outros direitos dos empregados, entre outros benefícios conquistados ao longo de anos de luta sindical e previstos na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho).

Mas, não é isso que os funcionários disseram à reportagem do Campo Grande News. Em uma loja do ramo de alimentação na rua 14 de Julho, onde se concentra a maior parte desses comerciantes, Ademir José Luiz, que começou como balconista e agora é gerente, conta que trabalha há 8 anos no local e não tem reclamações do chefe chinês. "Eles cumprem com o exigido por lei, todos os funcionários possuem carteira assinada e recebem suas horas extras, quando é o caso", afirma.

Ele relata ainda que o diferencial dos chineses é que são "mais esforçados para tudo. Quando precisa ficar além do horário de expediente normal, os próprios donos que ficam". Sobre as denúncias ele diz que é sem fundamento. "Todo mês a fiscalização passa aqui para saber se está tudo certo com os funcionários, se não estivesse já teria fechado", conta.

Ademir José Luiz, trabalha em uma loja com donos chineses e diz  que a fiscalização sempre passa pelo local e nunca encontrou nada de irregular. (Foto: Marcos Ermínio)
Ademir José Luiz, trabalha em uma loja com donos chineses e diz que a fiscalização sempre passa pelo local e nunca encontrou nada de irregular. (Foto: Marcos Ermínio)

O funcionário Rafael Luiz Assis ressalta que tem um bom relacionamento com o chefe de origem chinesa e que há um ano trabalha como balconista no comércio. "Somos em quatro funcionários, e todos eles possuem carteira assinada. Desde quando comecei a trabalhar aqui não viu nada de irregular", afirma.

Em outra loja, também na Rua 14 de Julho, onde são comercializados produtos diversos, a gerente Alexandra Vanderley de Oliveira, que trabalha há 1 ano e meio no local, conta que seu patrão tem duas lojas em Campo Grande, mas que nunca teve problemas com questões trabalhistas. "Sempre vem fiscalização do Ministério do Trabalho, e nunca encontraram nada de errado".

Ela acredita que pode haver sim lojas que não cumprem com os acordos trabalhistas, mas que isso não é exclusividade dos dos empresários chineses. "Isso pode acontecer, mas vai de cada empresário, não é porque é chinês que está descumprindo a lei", argumenta.

Alexandra Vanderley de Oliveira, trabalha há um ano e meio na loja e disse que nunca viu nenhuma irregularidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Alexandra Vanderley de Oliveira, trabalha há um ano e meio na loja e disse que nunca viu nenhuma irregularidade. (Foto: Marcos Ermínio)

Solução - De acordo com o sindicato, diante de cada denúncia, a direção da entidade vai até a loja do empresário chinês para conversar e explicar a legislação que estaria sendo descumprida. A direção sindical informou também que os problemas que empresários chineses estão causando, normalmente têm sido resolvidos com a visita de diretores do sindicato na empresa. “Até agora, não precisamos entrar com nenhuma ação na justiça contra esses empresários”, afirmou Idelmar da Mota Lima, presidente do SECCG .

“Caso não conseguimos contornar o problema, conversando pessoalmente com o empresário, só então procuramos os órgãos competentes para ajudar a resolver a questão. Ou seja, a Superintendência Regional do Trabalho ou Ministério Público do Trabalho”.

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