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Cidades

Família de criança morta fecha Arthur Jorge em alerta

Redação | 26/05/2009 16:20

Sem palavras de ordem ou grande mobilização, a família do menino Guilherme Siqueira fechou o trecho da rua Arthur Jorge, onde o garoto foi atropelado no fim da tarde de ontem, em Campo Grande.

Depois de receber a notícia da morte da criança, às 11h30 de hoje, os parentes resolveram produzir uma faixa, para mostrar a quem passa pela rua o quanto valia a vida de Guilherme.

Sem apontar culpados, a frase escolhida para mostrar a indignação e a dor diante da morte do filho único do casal foi: "Em respeito a Guilherme", com a data de nascimento e falecimento do garoto, que completou 5 anos no dia 11 de fevereiro.

A família pediu à Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para fechar o trecho entre as ruas Dolor de Andrade e Alegrete e logo foi atendida.

Cones de sinalização e dois agentes em cada um dos pontos fechados impedem a passagem de veículos.

"A proposta não é fazer manifestação alguma é só homenagear o Guilherme e alertar para o perigo", explica o tio Edemilson Siqueira.

A idéia é surpreender os motoristas com a rua interditada, para que, por alguns instantes, os condutores parem para refletir sobre a velocidade no trânsito e o que isso pode significar.

A mãe não fala sobre a tragédia. Elaine apenas chora e teve de ser medicada depois da confirmação da morte. A avó, que passeava com o menino ontem, no momento em que ele atravessou a rua e foi atingido por uma camionete, teve de ser hospitalizada.

"Eles faziam isso todos os dias, mas ontem ele teve o impulso de correr para pegar o cachorro", lembra o tio.

Logo cedo, os médicos já haviam informado que o estado de saúde do garoto era gravíssimo. Guilherme teve traumatismo craniano e já não apresentava qualquer reflexo depois do atropelamento.

Os órgãos serão doados, decidiram os pais do menino. "Foi um jeito de ajudar", resume o pai, Carlos Siqueira.

Sobre o fechamento da rua, ele ressalta: "quero que você reforce que não é um protesto. A gente só quer abrir o olho dos motoristas, mostrar que é preciso ter mais cuidado", diz o pai de Guilherme, Carlos Siqueira.

O motorista da camionete que atropelou Guilherme, acompanhou o socorro ao menino de forma anônima, por orientação dos bombeiros que atenderam a ocorrência, como forma de evitar agressões dos moradores.

Depois, ele se apresentou a Polícia e vai responder a inquérito. Testemunhas reclamaram da velocidade do veículo, o que constante, segundo os moradores da Arthur Jorge.

"Vemos acidente direto, o povo abusa, porque é uma preferencial longa, sem redutor de velocidade", protesta a tia Irani Siqueira.

Ao lado de vizinhos, abatido, ele agradece a solidariedade, no momento mais difícil de sua vida, conta. "Ninguém imagina a dor que eu sinto agora.

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