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Cidades

Força-tarefa conclui que setor de oncologia em MS tem deficiências

Nadyenka Castro | 22/07/2013 17:51

Força-tarefa realizada pelo Ministério da Saúde em hospitais de Mato Grosso do Sul aponta que o serviço de oncologia “apresenta deficiências”, que o protocolo de atendimento utilizado é diferente em cada unidade e que o hospital que melhor se adequou conforme as recomendações do Denasus (Departamento de Auditoria do Sistema Único de Saúde) foi o HR (Hospital Regional).

A auditoria no Hospital do Câncer, na Santa Casa, no Hospital Regional, HU (Hospital Universitário) e no Hospital Evangélico de Dourados foi realizada em maio e junho deste ano, após o MPE (Ministério Público Estadual) e o MPF (Ministério Público Federal) verificarem irregularidades nos serviços, como até recebimento de dinheiro público por paciente morto.

Depois das denúncias, a PF (Polícia Federal) apreendeu documentos e computadores no Hospital do Câncer; HU; na clínica NeoRad, de propriedade do médico Adalberto Siufi, e na casa do oncologista. Na residência dele foi apreendida uma arma de fogo e por este motivo ele foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

O trabalho da força-tarefa começou em maio. Os auditores analisaram o cumprimento de recomendações feitas pelo Denasus em 2010/2011, prontuários de pacientes e também a atual situação das unidades de saúde.

Adequações - Na auditoria feita há dois anos foram apontados 39 itens para melhorias no Hospital do Câncer, Santa Casa e HR. Deste total, somente 10 foram solucionados, a maioria na unidade administrada pelo Governo do Estado, dentre elas a conclusão da reforma da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulta, com a ressalva de que falta providenciar o sistema de exaustão de expurgo.

Grande parte das irregularidades foram detectadas no Hospital do Câncer, que na época tinha como diretor-presidente Adalberto Siufi, o qual foi destituído da administração e também do corpo clínico. Entre as situações apontadas pela análise dos auditores estão: Planejamento de quimioterapia e radioterapia incompatíveis; cobrança indevida de procedimentos; erros no preenchimento de prontuários e solicitação indevida de diárias de acompanhante.

Na Santa Casa foi verificado que o hospital não corrigiu cinco itens, entre eles a adoção de prontuário único e melhorias na estrutura do ambulatório geral.

Fichas de pacientes – Os auditores analisaram 255 prontuários, sendo 78 no HR; 46 no Hospital do Câncer e 101 na Santa Casa. Também foram alvos dos auditores autorizações de procedimentos. Sendo que em 111 delas foram emitidas após os pacientes terem morrido.

Os servidores do Ministério da Saúde concluíram que em parte dos hospitais auditados “a segurança dos usuários não é garantida, seja por falta de profissionais habilitados (oncologista clínico), seja por inexistência de protocolos institucionais e prontuários com informações suficientes para prescrição de quimioterapia”.

O Ministério destaca o HR como o que melhor tem se adequado no serviço de oncologia, entre o Hospital do Câncer, Santa Casa, Evangélico de Dourados e HU de Campo Grande. “O Hospital Regional vem se destacando como aquele que melhor se estruturou e continua a se estruturar para prestar um atendimento oncológico geral adequado, em termos de condutas e processos assistenciais”.

Recomendações- Nesta nova análise do serviço de oncologia no Estado, o Ministério da Saúde enumerou várias medidas a serem adotadas “de imediato” pelos hospitais.

Ao Hospital do Câncer foram 12 recomendações. De acordo com o diretor-presidente da unidade de saúde, algumas já foram cumpridas, como a contratação de oncologistas, de assistentes sociais e a adoção de prontuário padronizado.

A Santa Casa deve providenciar sete mudanças, dentre elas adoção de prontuário único, acompanhamento clínico de pacientes fora da terapia e instituição de cuidados paliativos.

Ao HU também foram quatro recomendações, sendo a principal, “remontar, sob supervisão do INCA, o Serviço de Oncologia Clínica”. A assessoria de imprensa do HU foi procurada, mas, até o fechamento desta matéria não retornou.

Apesar de já ter feito melhorias, o HR também precisa tomar providências urgentes. São duas: Atender critérios imediatos para criar o Serviço de Radioterapia e atender recomendações dos relatórios individuais. A mesma ordem é dada ao Hospital Evangélico de Dourados.

Também foram feitas orientações à clínica Neorad, que pertence a Adalberto Siufi e para onde são terceirizados serviços do HU, do Hospital do Câncer e Santa Casa. São quatro itens, entre elas: Inserir memorial de cálculo nas fichas de tratamento e registrar as revisões semanais dos pacientes.

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