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Cidades

Há 6 anos sem cirurgias, MS renova a autorização para transplantar coração

Marta Ferreira | 17/01/2012 11:58
No ano passado, estado teve 202 transplantes, entre eles um de rim em que homem de 60 anos foi o doador para ex-mulher. (Foto: Simão Nogueira)
No ano passado, estado teve 202 transplantes, entre eles um de rim em que homem de 60 anos foi o doador para ex-mulher. (Foto: Simão Nogueira)

Sem realizar transplante de coração desde 2005, a Santa Casa de Campo Grande agora pode voltar a realizar as operações. O hospital é o único no Estado que pode fazer a cirurgia, mas o credenciamento para isso estava vencido havia quase dois anos, e foi renovado em dezembro de 2011 pelo Ministério da Saúde, informou a coordenadora da Central de Transplantes, Claire Miozzo.

A autorização estava vencida desde março de 2010 e a Santa Casa não havia enviado a documentação necessária ao Ministério. O motivo não foi explicado pelo hospital. Sem esse credenciamento, a equipe responsável por transplantes cardíacos no hospital não podia atuar.

Hoje, nove pessoas estão na fila para fazer transplante de coração no Estado.

A autorização é o sinal verde para fazer as cirurgias, mas não há previsão de quando elas sejam retomadas, pois o processo para um transplante é considerado bastante complexo.

A operação, explica Claire Miozzo, exige o transporte muito rápido do órgão, além de estar condicionada a vários fatores de compatibilidade entre doador e receptor. Diante do senso comum de que toda vítima de acidente, por exemplo, é um doador em potencial, Claire explica que nem sempre é assim. "Só pode ser doador quem teve morte encefálica, mas o coração ainda está batendo".

O prazo para todo o procedimento não pode ser superior a 4 horas, explica. Esse é o motivo pelo qual, além de não fazer as operações aqui, o Estado não estava enviando órgãos para outros estados, dada as distâncias. Na prática, estando no centro do País, o estado acaba ficando distante de todos.

Com essa possibilidade de voltar a fazer essa operação, a Central de Transplantes espera, em 2012, aumentar o número dessas cirurgias, que podem salvar vidas.

Mesma coisa-No ano passado, conforme os dados da Central de Transplantes, o número de procedimentos realizados empatou com 2010, em 202. Desse total, a maioria expressiva foram transplantes de córnea. Foram 180 em 2011 e 177 em 2010.

O número de transplantes de rim foi de 22 no ano passado e 24 em 2010. Nesse caso, a dirença entre um ano e o outro é que a Santa Casa, hospital preparado para fazer os transplantes renais, parou de fazer a operação quando o doador é falecido.

Desde o ano passado, só são feitas cirurgias quando o doador é vivo, como foi o caso de um procedimento que virou notícia em todo o País, quando Maria de Fátima Gomes, de 53 anos, recebeu, em setembro, um rim do ex-marido, Nestor Bezerra, de 60 anos.

Com a renovação do credenciamento para as cirurgias de transplante de coração, a expectativa da Central é de que mais histórias como essa, de quem tem a vida salva por um órgão doado, possam ser contadas.

Claire informou que o Estado também vai poder voltar a fazer transplante de osso, que teve apenas uma cirurgia realizada em 2010. Uma outra possibilidade, informou a coordenadora, é de realizar transplantes de valvúla do coração, que também estavam parados.

Para o transplante de outros órgãos, Mato Grosso do Sul continua não tendo estrutura e disponibilizando para outros estados. No ano passado, a Central de Transplantes disponibilizou para a fila nacional de doadores 52 córneas, 7 fígados, um pâncreas e 22 rins.

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