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Cidades

Houve aumento nas ameaças aos agentes após morte, diz sindicato

Ricardo Campos Jr. e Edivaldo Bitencourt | 11/03/2015 17:49
Arma usada na morte de agente penitenciário (Foto: Marcos Ermínio/arquivo)
Arma usada na morte de agente penitenciário (Foto: Marcos Ermínio/arquivo)

Um mês após a morte do agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, 44 anos, a situação nos presídios de Mato Grosso do Sul é tensa. As ameaças por parte dos detentos aumentou, segundo o Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira (11), a categoria se reúne em assembleia para definir quais medidas irá adotar.

Conforme a assessoria da entidade, atualmente os agentes estão fazendo a chamada Operação Padrão, em que atuam exatamente dentro do que a lei permite com o objetivo de expor as fragilidades do sistema. As normas definem um número máximo de presos que cada servidor pode cuidar. Com menos efetivo que o ideal para cumprir essa demanda, atividades como aulas, visitas e trabalho interno estão prejudicadas.

As três fugas registradas somente este ano, o princípio de rebelião no presídio de segurança máxima de Dourados, além de motins nessa cidade e na Capital revelam as deficiências do setor.

O Sindicato encaminhou ao Ministério Publico denúncia sobre a morte de Carlos e apontou as falhas existentes no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado, que causam ainda mais insegurança para categoria, que espera a resolução do caso.

Governo - A Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) informou, por meio de nota, que mantém o diálogo com os agentes penitenciários. Cita que os secretários e até o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) fizeram reuniões com a categoria e as reivindicações estão sendo analisadas.

"Quanto aos investimentos no setor, o Governo do Estado, através de convênio com o Ministério da Justiça, via Departamento Penitenciário Federal (DEPEN), está construindo três grandes novas unidades penais em Mato Grosso do Sul, no Complexo da Gameleira, em Campo Grande, com capacidade para 1.603 internos. Paralelo a isso, serão abertos concursos para a contratação de novos servidores", frisa.

Em outra frente, a Agência Estadual de Gestão do Sistema Penitenciário vem realizando a aquisição de mais equipamentos e padronizando as ações de segurança nos presídios.

"As questões apresentadas pela classe sindical são reflexos de demandas reprimidas ao longo de 35 anos de existência do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul. No entanto, é importante destacar que o Estado vem se destacando nacionalmente em ações de educação, trabalho e saúde prisional", resssalta.

Crime – O agente penitenciário foi morto na manhã do dia 11 de fevereiro no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado, na Vila Sobrinho. Um homem encapuzado e com capacete chegou ao local e efetuou os disparos. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

A polícia apurou que um grupo de amigos “detentos” planejou a execução. O mandante, Marcelo da Silva Gonçalves, o Buguinho, 33 anos, possuía rixa pessoal com agentes e também estava insatisfeito com o tratamento que recebia no presídio, por isso decidiu matar um deles, em represália. Seis pessoas foram presas pelo crime.

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