ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
SETEMBRO, QUARTA  03    CAMPO GRANDE 32º

Interior

Esquema controlado por chineses movimentava bilhões com golpe em investimentos

Polícia cumpre mandados de busca e apreensão em Dourados; crime envolve criptomoedas

Por Helio de Freitas, de Dourados | 03/09/2025 08:49


RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Polícia Civil deflagra operação contra esquema bilionário de estelionato. A ação cumpre mandados em seis estados, incluindo Mato Grosso do Sul, visando desmantelar organização criminosa liderada por chineses. O grupo aplicava golpes com falsos investimentos em plataforma online, causando prejuízos milionários. Criminosos atraíam vítimas para grupos de WhatsApp com promessas de altos retornos financeiros. Após conquistarem a confiança dos investidores, exigiam caução para liberação de saques, que nunca eram realizados. Estima-se que uma única empresa envolvida no esquema tenha movimentado mais de R$ 1 bilhão. A polícia investiga lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas, créditos de carbono e exportação de alimentos.

Ação deflagrada nesta quarta-feira (3) pela Polícia Civil do Distrito Federal contra esquema bilionário de estelionato por meio de falsos investimentos cumpre mandados de busca e apreensão em Dourados, a 251 km de Campo Grande.

Os alvos são acusados de integrar organização criminosa comandada por cidadãos chineses residentes em território brasileiro. A polícia ainda não sabe o tamanho do prejuízo causado pelos golpistas, que utilizavam criptomoedas para lavar dinheiro. Uma única empresa do esquema movimentou pelo menos R$ 1 bilhão.

A Operação Ebdox é conduzida pela 17ª Delegacia de Polícia e pela DRCC (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos) do Distrito Federal. Em Dourados, os mandados de busca foram cumpridos por equipes do SIG (Setor de Investigações Gerais). Celulares, cartões e um notebook foram apreendidos na cidade.

De acordo com o delegado Thiago Boeing, titular da 17ª DP do Distrito Federal, as investigações tiveram início em abril de 2024, quando diversas vítimas do DF entraram em grupos de WhatsApp liderados por um suposto doutor em economia na USP (Universidade de São Paulo), o qual dava dicas de investimentos para os integrantes (veja acima a entrevista do delegado).

Após adquirir a confiança dessas vítimas, o suposto doutor indicou uma plataforma de investimentos intitulada “EBDOX”, na qual eram feitas aplicações com altos retornos dentro da plataforma.

Entretanto, quando as vítimas passaram a solicitar os saques na plataforma, foram informadas do bloqueio dos valores por parte de uma suposta força-tarefa da Polícia Federal e que seria necessária uma caução de 5% para liberação dos saques. Mesmo com o pagamento dessa caução, os valores não foram liberados e a plataforma saiu do ar, deixando as vítimas no prejuízo.

Conforme o delegado, uma vítima residente em Taguatinga (DF) teve prejuízo superior a R$ 220 mil. Em um site de reclamações há mais de 400 queixas de vítimas da falsa plataforma de investimentos.

Esquema controlado por chineses movimentava bilhões com golpe em investimentos
Notebook, celulares e cartões apreendidos durante buscas em Dourados, nesta quarta (Foto: Divulgação)

Após o início das investigações, os policiais descobriram que o grupo era liderado por chineses residentes na região central de São Paulo (SP). Eles cooptaram brasileiros para organizar os grupos de WhatsApp em que as vítimas eram enganadas.

“Havia uma estrutura rígida de monitoramento dessas pessoas que tinham catálogos para prestarem informações em chinês para os líderes do grupo e eram remuneradas com criptomoedas”, afirma a polícia.

Somente uma das empresas destinatárias do proveito do crime movimentou mais de R$ 1 bilhão durante o ano passado. Os valores provenientes dos crimes eram lavados através da compra de criptomoedas, de créditos de carbono e com a exportação de alimentos de Boa Vista (RR) para a Venezuela.

Hoje estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária em São Paulo, Guarujá (SP), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Dourados (MS) e Entre Rios (BA), além de medidas de sequestro de valores. Os alvos são acusados de estelionato (fraude eletrônica), organização criminosa e lavagem de capitais.

Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.