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Diversão

Carnaval cresce e já movimenta milhões na economia de Paranaíba

Paula Maciulevicius | 19/02/2012 09:04

Em cinco dias a expectativa é de movimentar, no mínimo, R$ 4 mi, mais da metade da arrecadação de Paranaíba

Foliões à espera do abadá. A folia deles é o que aquecem a economia na cidade. (Foto: Marlon Ganassin)
Foliões à espera do abadá. A folia deles é o que aquecem a economia na cidade. (Foto: Marlon Ganassin)

A data movimenta bem mais do que os pés dos foliões na avenida. O Carnaval mexe com a alegria e o bolso, acelera a economia. Paranaíba, cidade que deve receber 25 mil pessoas, é o exemplo disso.

Em cinco dias a expectativa é de movimentar, no mínimo, R$ 4 milhões, mais da metade da arrecadação do município, de R$ 6,5 milhões.

Dentro do montante, o carro-chefe é o suporte para os foliões e a hospedagem é um dos fatores que mais contribui. A cidade tem 14 hotéis, disponibiliza de 800 leitos, e mais 200 ranchos que são alugados para a festa.

Isso sem contar os aluguéis de casa, solução que sai barato, quando dividida entre muitos carnavalescos e bem mais divertida.

No centro da cidade não era difícil ver quem vinha de fora para festar. O som alto e as caminhonetes ainda com colchões na carroceria denunciavam. Em uma delas, o clima já era das atrações da noite, do Bloco Auê. De Michel Teló, Mr. Catra e MC Creu, os foliões estavam nos preparativos. Pegaram a casa vazia, apenas com freezer e fogão.

Para o Carnaval, eles locaram uma casa de R$ 3 mil para dividir entre 35 amigos. (Foto: Marlon Ganassin)
Para o Carnaval, eles locaram uma casa de R$ 3 mil para dividir entre 35 amigos. (Foto: Marlon Ganassin)

Eles eram os personagens perfeitos para a matéria. A casa era relativamente grande, mas ficaria pequena quando todos eles chegassem. Ao todo, 35 pessoas ficariam acomodadas ali, em seis cômodos.

"A gente fez sala, de quarto", explica a estudante Beatriz Queiroz, 22 anos.

Os amigos são de Três Lagoas e fecharam a casa em janeiro. Pelos quatro dias o aluguel sairá por R$ 3 mil. O dono, já tinha a previsão de mudar do imóvel, mas com a procura dos foliões, decidiu adiantar o caminhão de mudança.

A organização na casa contribui para a economia local. A alimentação será feita em restaurantes e o "combustível" para a folia, em conveniências. "Vamos fazer vaquinha para comprar", diz a estudante Júlia Bonadio, 19 anos.

Conforme o grupo, alugar a casa foi fácil, difícil é achar gente para dividir. "Casa para alugar não falta, o que falta é gente para pagar", brincam.

Segundo o diretor de Turismo do município, Marco Antônio Alves, o Carnaval em Paranaíba tomou a proporção que é hoje há dois anos. Pela proximidade com Goiás, São Paulo e Minas Gerais, a maioria dos foliões vem dos estados vizinhos. E o resultado é o setor de hotelaria no limite. "Nos últimos 25 dias já não tínhamos mais vagas", diz.

A diária em hotel que antes do Carnaval custava em média R$ 75 dobrou. Não se achava quarto em hotel de grande porte por menos de R$ 150. Para um estabelecimento de 40 quartos por exemplo, o lucro em todos os dias de festa é uma média de R$ 30 mil. Isso contando que os clientes sejam os mesmos durante todo o Carnaval.

Nos hotéis, já não se achava reserva para a data desde dezembro. (Foto: Marlon Ganassin)
Nos hotéis, já não se achava reserva para a data desde dezembro. (Foto: Marlon Ganassin)

A gerente e turismóloga Karmyellen Ferreira Fernandes, 27 anos, ressalta que de todas as reservas fechadas ainda em dezembro, apenas uma desistiu.

"Ligaram bem antes dizendo que tinham mudado de planos e iriam para a praia. Mas a gente calcula geralmente 10% de desistência. O que não aconteceu, porque as pessoas ainda estão chegando".

E não é só o setor de turismo que lucra nesta época. Quem trabalha por trás do evento também. "Esperamos por isso o ano todo, tanto a gente de evento, como de comércio, quem aluga casa", comenta uma das organizadoras do Carnaíba, Elaine de Lima, 29 anos.

Nilton fechou o bar para ganhar mais durante o Carnaval, com a barraca de cerveja. (Foto: Marlon Ganassin)
Nilton fechou o bar para ganhar mais durante o Carnaval, com a barraca de cerveja. (Foto: Marlon Ganassin)

Em meio a uma pausa na organização ela conseguiu dar entrevista. O trabalho é receber mesas, tendas, bebidas, montar e cuidar das barracas. Tudo para que a festa se torne diversão e não dor de cabeça.

"É o melhor Carnaval da região, a gente ganha um pouco mais, mas o trabalho é muito maior", disse. Já se aproximava das 20h e Elaine estava de pé, trabalhando desde às 5h da manhã.

O lucro em poucos dias é tamanho que teve gente que deixou o serviço de lado para vender bebida durante as atrações. Nilton César Alves, 40 anos, foi um deles.

Em todos os outros dias do ano toca o bar noturno onde é dono. Mas nos cinco dias de festa, fecha o bar e vem montar barraca de cerveja.

"Comprei 700 dúzias e espero vender tudo hoje. Se precisar mais vou pegar na revenda". Se Nilton vendeu ou não as 700 dúzias, não se sabe. Mas o retorno dele seria bom. Cada latinha estava custando R$ 3.

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