Alunos encerram acampamento em escola, mas reclamam de tratamento

Os alunos que ocuparam ontem (18) a Escola Estadual Nova Itamarati, localizada em Ponta Porã - município localizado a 323 km de Campo Grande -, no assentamento Nova Itamarati, encerraram no fim da tarde desta quarta-feira (19) o acampamento feito no local em protesto as ações do governo de Michel Temer (PMDB).
Segundo os estudantes, um dos motivos para encerrar a manifestação foi o adiamento da votação da PEC 241. Com isso, eles decidiram desocupar o local, que voltará a ter aulas normalmente. A intenção era ter saído pela manhã, mas o tratamento que eles alegam ter recebido de uma supervisora da SED (Secretaria de Estado de Educação) os desagradou.
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"Decidimos estender até às 16h como repúdio ao desdém dela. Veio de uma forma subestimando o assentamento, nosso movimento, como se fossemos vândalos. O jeito que ela falou com a gente é como se estivéssemos aqui matando aula, ferindo a Constituição, sendo que é algo que está sendo feito em mais de 600 escolas pelo Brasil", comenta Caroline Borralho.
Além disso, os estudantes afirmam que a intenção é mostrar que os jovens da área rural também tem voz e que outros meios de protesto e conscientização serão usados por enquanto. Eles não descartam ocupar a escola novamente no futuro. Os jovens manifestantes ainda encerraram agradecendo aos que doaram alimentos para eles permanecerem na escola.
Com 2 mil alunos e uma das maiores instituições públicas do Estado, a Escola Nova Itamarati é a primeira ocupada por estudantes em protesto contra o governo federal em Mato Grosso do Sul. Já o assentamento Nova Itamarati, distrito de Ponta Porã, conta com 15 mil habitantes e foi comprado pelo Governo Federal em 2002, sendo distribuída a trabalhadores rurais.