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Interior

Alvo de operação em MS participou de fraude em hospital de campanha

A Polícia Federal não especificou qual era a participação do investigado sul-mato-grossense

Geisy Garnes | 21/07/2021 11:38
PF cumpriu mandados em várias cidades de São Paulo, em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (Foto: Divulgação)
PF cumpriu mandados em várias cidades de São Paulo, em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (Foto: Divulgação)

Apuração sobre irregularidades na instalação e nos serviços prestados no Hospital de Campanha de Guarulhos, na Grande São Paulo, no início do ano passado, trouxe a Polícia Federal do estado vizinho a Três Lagoas - cidade a 334 quilômetros de Campo Grande - na manhã desta quarta-feira (21). As investigações revelaram que contratos foram assinados com empresas fictícias ou sem qualquer capacidade técnica necessária.

Ações da operação chamada de Covil-19 aconteceram de forma simultânea a outra operação, a Florença, ambas com foco na fraude em contratos assinados pela prefeitura do município paulista durante a pandemia.

Em coletiva de imprensa, realizada em São Paulo nesta manhã, os delegados Márcio Magno Carvalho Xavier e Fabricio Alonso Martinez Della Paschoa detalharam que o alvo da operação realizada em Três Lagoas está envolvido em irregularidades durante montagem e funcionamento do hospital de campanha instalado em Guarulhos, em março do ano passado, para atendimento de pacientes com covid-19.

Durante as investigações, a Polícia Federal identificou seis contratos com sinais claros de fraude nos mais diversos serviços: no drive-thru, na instalação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e até na alimentação dos trabalhadores do hospital.

Entre as principais irregularidades foram encontradas assinaturas com empresas fictícias ou sem capacidade técnica ou econômica para oferecer os serviços requisitados e a superposição de contratos, ou seja, um mesmo serviço contratado várias vezes. Além disso, a polícia identificou empresários que foram convidados a participar da montagem do hospital e superfaturamento de alguns serviços.

Nesta manhã os alvos foram as empresas, contratados e ex-servidores da Secretaria de Saúde de Guarulhos. Ao todo, os policiais cumpriram 21 mandados de busca e apreensão contra os envolvidos no esquema. Além de Três Lagoas, foram alvos da operação moradores de Artur Nogueira, Campinas, Guarulhos, Monte Mor, São Caetano do Sul, São Paulo e Teófilo Otoni, Minas Gerais.

Nos locais visitados foram apreendidos documentos, veículos e aparelhos eletrônicos. Não houve prisão, no entanto medidas cautelares foram aplicadas: as empresas estão proibidas de firmarem contrato com a administração pública e os investigados de saírem do país. A Polícia Federal não especificou qual era a participação do investigado sul-mato-grossense.

A soma dos seis contratos irregulares ultrapassa R$ 53 milhões pagos com dinheiro público destinado ao combate a pandemia de covid-19. Conforme a investigação, os suspeitos aproveitaram o caráter de urgência da situação para dispensar a licitação, direcionar a escolha das empresas e assim superfaturar os serviços.

As mesmas irregularidades foram detectadas nos contratos feitos pela prefeitura para aquisição de máscaras descartáveis, o que desencadeou ações simultâneas nesta manhã. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na segunda fase da operação Veneza.

Primeira fase da operação foi realizada em fevereiro deste ano, após investigação da Polícia Federal identificar a compra sem licitação de 300 mil máscaras descartáveis por mais de R$1,8 milhão, custo unitário de R$ 6,20. As ações desta manhã visavam os mesmo alvos da operação Covil-19 e foi chamada de Florença.

Conforme os delegados, os documentos apreendidos hoje serão analisados e devem ajudar a esclarecer a participação dos alvos.

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