Após promessa de governador, índios pretendem liberar rodovia esta noite
Com a garantia do governador André Puccinelli (PMDB), de instalação imediata de sinalização na Perimetral Norte, indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó pretendem liberar nesta noite a pista que está interditada no trecho com galhos e madeiras há quatros dias, em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande.
Segundo o presidente do Conselho Indígena Local da Bororó, Silvano da Silva Duarte, que participou da reunião com o governador nesta manhã, o encontro foi "além da expectativa", já que Puccinelli disse que vai fazer as instalações e está aberto ao diálogo com as comunidades quando necessário.
"Assim que chegarmos em Dourados, vamos conversar com as lideranças e toda a comunidade e resolver, mas intenção é hoje já liberar a pista", afirmou Silvano, ao explicar que os indígenas vão comunicar a PRE (Polícia Rodoviária Estadual) a decisão de encerrar o protesto. "Vamos informar a polícia para que não tenha nenhum problema e eles organizem a limpeza do local", explicou.
Interdição - A manifestação começou no último domingo (20), após o atropelamento da indígena Lenilza Nunes, 42 anos, que morreu na segunda-feira no hospital. Cinco indígenas já morreram vítimas de atropelamento no trecho, somente neste ano, de acordo com o cacique da Jaguapiru, Laucidio Flores.
As comunidades reivindicaram redutores de velocidade e a colocação de placas que informem que nas margens da rodovia estão situadas aldeias indígenas.
A perimetral norte inicia no entrocamento da BR-163, que dá acesso ao município de Fátima do Sul, corta a MS-156 e segue até o entrocamento da rodovia Guaicurus, de acesso à Cidade Universitária e aeroporto. A rodovia também dá acesso a BR-463. São pouco mais de 20 quilômetros de perimetral e parte dela passa por dentro das aldeias Bororó e Jaguapiru, onde não há nenhum tipo de redutor de velocidade.