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Interior

Assassino e vítima eram comparsas de crime até desentendimento

Duplo homicídio foi praticado na frente do filho do casal, de quatro anos de idade

Helio de Freitas, de Dourados | 14/12/2020 16:49
Policial conduz Josilei Silva Souza e carrega caixa com armas (Foto: Adilson Domingos)
Policial conduz Josilei Silva Souza e carrega caixa com armas (Foto: Adilson Domingos)

Autor e uma das vítimas do duplo homicídio ocorrido na noite de ontem (13) eram comparsas de crimes e suspeitos de praticarem juntos vários assassinatos em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Há alguns anos, Josilei Silva Souza, 30, e Eberton da Silva Barros, 33, o “Betinho”, se desentenderam e viraram inimigos. Josilei afirma não saber o motivo do desentendimento com o antigo parceiro de crimes.

Na noite deste domingo, Eberton e a mulher dele, Gláucia Luciano da Silva, que completaria 30 anos hoje, pararam em um bar no Parque das Nações II para comprar leite para o filho do casal, de quatro anos. O menino e a babá estavam no carro e viram Eberton e Gláucia serem executados com tiros na cabeça.

Quando eram comparsas, os dois teriam matado vários membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Em novembro de 2017, o irmão de Josilei, Jean da Silva, o “Gordo”, foi morto a tiros dentro de um carro no Jardim Guaicurus. Membros do PCC teriam praticado o crime. Josilei, o irmão morto e Eberton eram da “oposição” à facção paulista.

Por volta de 22h30 de ontem, quando Eberton esperava para ser atendido pela boqueta do bar, já fechado, Josilei se aproximou e o matou com vários tiros de pistola 9 milímetros.

Gláucia estava na Saveiro preta com o filho e a babá. Ao descer do carro, também foi morta a tiros por Josilei. Ao ser preso hoje, ele contou que disparou todas as balas de sua arma no ex-comparsa e para matar a mulher pegou a arma que estava com Eberton, outra pistola, também 9 milímetros.

Josilei alega ter matado Eberton porque vinha sendo ameaçado e diz que atirou em Gláucia porque ela teria descido do carro armada. Ele alega ter encontrado Betinho por acaso e sustenta ter agido em legítima defesa, versão contrariada pelas testemunhas.

A Polícia Civil ainda não sabe se versão de que a mulher estava armada é verdadeira. Josilei fugiu levando a pistola dele e a arma que pegou na cintura de Eberton. Pelo menos 17 cápsulas deflagradas de 9 milímetros foram recolhidas no local.

Na manhã de hoje, equipes do serviço de inteligência da Polícia Civil, da 2ª Delegacia de Polícia e do SIG (Setor de Investigações Gerais) chegaram até o autor do duplo homicídio. Ele foi preso escondido na casa de Gabriel Alves Nóia, 18, no mesmo bairro onde os crimes ocorreram.

Um revólver calibre 38 foi encontrados na casa, mas as pistolas usadas das execuções estavam com Airton Martins da Costa, 22, assim como outro revólver 38. Gabriel e Airton foram presos por porte ilegal de arma. Ainda não há indícios do envolvimento deles nas mortes.

O delegado Rodolfo Daltro, do SIG, informou que na casa onde Josilei mora com a mulher foi encontrado fundo falso na parede, destinado a esconder armas e munições.

Josilei foi autuado em flagrante por duplo homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo e os outros dois por posse ou porte ilegal de arma de uso restrito, uma vez que uma das pistolas possuía seletor de rajadas.

As pistolas 9 mm e os revólveres 38 apreendidos (Foto: Adilson Domingos)
As pistolas 9 mm e os revólveres 38 apreendidos (Foto: Adilson Domingos)


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