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Interior

Bloqueio do Whatsapp silencia grupos de informações policiais

DOF, PRF e Polícia Militar usam grupos do aplicativo para divulgar ocorrências, mas nesta quinta nenhuma informação foi repassada por causa do bloqueio determinado pela Justiça de SP

Helio de Freitas, de Dourados | 17/12/2015 10:03
Perfil do grupo de Whatsapp do DOF, que tem cem participantes, a maioria jornalistas (Foto: Reprodução)
Perfil do grupo de Whatsapp do DOF, que tem cem participantes, a maioria jornalistas (Foto: Reprodução)

Entre os cem milhões de brasileiros afetados pela decisão da Justiça de São Bernardo do Campo (SP), de bloquear por 48 horas o Whatsapp, estão centenas de jornalistas de Mato Grosso do Sul e até de outros Estados que fazem parte dos grupos do aplicativo criados por órgãos de segurança pública para divulgação de ocorrências.

Em Dourados, a 233 km de Campo Grande, o serviço começou a ser usado em abril deste ano pelo serviço de comunicação do DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Atualmente, cem jornalistas, inclusive do Rio de Janeiro fazem parte do grupo do DOF, que democratizou o acesso da imprensa às ocorrências, principalmente de apreensões de drogas feitas na fronteira com o Paraguai e a Bolívia.

Nesta quinta-feira o grupo está em silêncio. O administrador, o sargento Arguelho, que foi o primeiro a criar um grupo de informações policiais no Whatsapp em Dourados, lamentou a decisão da Justiça: “Dificulta não só o repasse de informações para os jornalistas, como impede o debate de ideias e opiniões que acontece no grupo e prejudica inclusive as ações policiais, pois trocamos informações em outros grupos de órgãos policiais de todo o país”.

Sem o Whatsapp para repassar as informações, Arguelho disse que vai postar as notícias na página do DOF no Facebook. “Infelizmente teremos de fazer isso. Nesses dois dias de bloqueio teremos de publicar no Facebook o que seria restrito aos jornalistas, para que os veículos de comunicação se encarregassem de fazer a divulgação. Além disso, perdemos aquela comunicação imediata com a imprensa”.

Como se não pudesse sair de casa – O policial militar Rogério Fernandes, responsável pelo serviço de comunicação do 3º Batalhão da Polícia Militar, disse que o bloqueio do Whtasapp é um passo para trás na comunicação da segurança pública com a sociedade. “Acordei hoje com a sensação como se não pudesse sair de casa”, afirmou ele ao Campo Grande News.

Para se informar sobre as ocorrências da madrugada, Fernandes disse que precisou ligar para o 190 da corporação e pegar o relatório. “Agora vamos mandar por e-mail as ocorrências, mas sem o Whastapp ficamos impedidos de informar aos jornalistas sobre o que está acontecendo. Estamos recomeçando do zero. Tomara que a internet também não seja bloqueada”, afirmou.

Além do DOF e da Polícia Militar, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) tem dois grupos de Whatsapp para contato com jornalistas de Mato Grosso do Sul. Além das ocorrências de acidentes e apreensões, o aplicativo ajuda a divulgar informações sobre bloqueio de rodovias.

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