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Interior

Com advogado da Lava Jato no caso, policial vai a júri por matar amigo

Adriano Bretas, de Curitiba, é assistente da acusação; policial alega ter confundido advogado com assaltante; crime foi em 2014

Helio de Freitas, de Dourados | 01/06/2017 09:04
O policial Marcello Portela, acusado de matar advogado, de quem era amigo (Foto: Arquivo)
O policial Marcello Portela, acusado de matar advogado, de quem era amigo (Foto: Arquivo)
O advogado Márcio Alexandre da Silva (Foto: Arquivo)
O advogado Márcio Alexandre da Silva (Foto: Arquivo)

O policial federal Marcello Portela da Silva, 36, está sendo jugado nesta quinta-feira (1º) em Dourados pela morte do advogado Márcio Alexandre da Silva, ocorrida em 25 de outubro de 2014 em Dourados, a 233 km de Campo Grande. O julgamento ocorre na sala do Tribunal do Júri do Fórum.

Marcello e Márcio eram amigos e tinham passado o dia bebendo em uma festa. Quando voltava para casa, de madrugada, os dois pararam para urinar na rua e três assaltantes tentaram roubar a caminhonete Toyota Hilux SW4 do advogado.

Durante o assalto, Marcello reagiu, atirou em um dos assaltantes e matou o amigo com nove tiros. Ele afirma ter confundido Márcio com um dos criminosos. O depoimento de um dos assaltantes corrobora essa versão, já que o bandido disse que até ele achou que a pessoa ferida mortalmente era um dos seus comparsas.

Trinta e um meses depois da morte, Marcello senta no banco dos réus acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado. Se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

A acusação está sendo feita pelo promotor Luiz Gustavo Camacho Terçoriol, que tem como assistente pelo criminalista paranaense Adriano Bretas, de Curitiba.

Bretas ficou famoso nos últimos dois anos por atuar como advogado de defesa de vários políticos e executivos implicados na Operação Lava Jato, entre eles o ex-senador sul-mato-grossense Delcídio Amaral e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

O advogado do policial, o criminalista douradense Maurício Rasslan, afirma que Marcello e Márcio foram vítimas do assalto e que a morte do advogado foi uma fatalidade. Segundo o defensor, os autos do processo comprovam que o policial confundiu o amigo com um dos assaltantes, que usavam roupas semelhantes e eram parecidos fisicamente.

Já Adriano Bretas defende o crime qualificado, chama atenção para a quantidade de tiros disparados pelo policial e diz que o fato de Marcello ter consumido bebida alcoólica não pode servir de “cortina de fumaça” para esconder a gravidade do caso.

Imprensa barrada – A sala do Tribunal do Júri está lotada. Uma fila de pessoas, principalmente estudantes de direito, se formou no acesso ao local, que tem detector de metais e pelo menos cinco seguranças do Fórum. Jornalistas estão sendo barrados. “A entrada não está autorizada”, afirmou um dos seguranças.

O julgamento é presidido pelo juiz Cesar Souza Lima e não tem previsão de que horas vai acabar. Marcello Portela da Silva aguardou o julgamento em liberdade e após o crime foi transferido para outro estado, onde continuou desempenhando as funções na Polícia Federal.

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