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Interior

Conflito por terra na fronteira com MS tem 2º ferido a tiros em dois dias

Novo confronto ocorreu em colônia a 100 km de MS, onde 300 famílias foram despejadas

Helio de Freitas, de Dourados | 04/11/2021 09:41
Veículo crivado de balas em área de conflito por terra na fronteira. (Foto: Última Hora)
Veículo crivado de balas em área de conflito por terra na fronteira. (Foto: Última Hora)

Trabalhadores rurais paraguaios e seguranças de fazendeiros voltaram a entrar em confronto nesta quarta-feira (3), na Colônia Taquapí, nos arredores de Yasy Cañy (Departamento de Canindeyú), a cerca de 100 km de Paranhos (MS). O local do conflito é o mesmo onde, pelo menos, 300 famílias foram despejadas na terça-feira (2) e os barracos desmontados.

Naquele dia, o funcionário da família que reivindica a posse das terras, identificado como Miguel Samudio, 41, ficou ferido com tiro na perna esquerda. Uma equipe da Polícia Nacional que acompanhava o despejo também foi atacada a tiros.

Ontem, houve outro confronto, dessa vez, entre os colonos que ocupam as terras e seguranças da fazenda. Os jagunços faziam rondas pela área em uma SUV prata, quando teriam sido atacados a tiros pelos trabalhadores sem-terra (chamados no Paraguai de campesinos).

Homem que não teve o nome divulgado teria sido ferido durante a troca de tiros. O chefe da Polícia Nacional em Yasy Cañy, Alberto Duarte, disse hoje em entrevista à rádio Monumental AM 1080, que o ferido seria um dos sem-terra, mas até agora, o caso não foi registrado na delegacia da cidade.

O promotor de justiça Meiji Udagawa acusou o líder campesino Rubén Villalba, de comandar os ataques contra equipes da Polícia Nacional nos arredores de Yasy Cañy. “É uma das pessoas que estão escondidas no monte. Ele está liderando os campesinos contra a polícia”, afirmou.

Rubén Villalba chegou a ser condenado a 30 anos de prisão por envolvimento no conhecido “Massacre de Curuguaty”, mas depois foi absolvido.

Em 15 de junho de 2012, 11 trabalhadores rurais e 6 policiais morreram durante conflito por terra em Curuguaty, cidade vizinha de Yasy Cañy e a 85 km do território sul-mato-grossense. O massacre levou ao impeachment do então presidente da República do Paraguai, Fernando Lugo.

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