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Interior

Dono do Shopping China entra com HC contra prisão em inquérito "Frankstein"

Investigação da PF aponta que Felipe Cogorno Alvarez teria dado apoio logístico a Dario Messer, o "doleiro dos doleiros"

Silvia Frias | 25/11/2019 08:39
Felipe Cogorno é um dos oito cidadãos paraguaios com prisão decretada por juiz da Lava Jato (Foto: Divulgação)
Felipe Cogorno é um dos oito cidadãos paraguaios com prisão decretada por juiz da Lava Jato (Foto: Divulgação)

Sob alegação de que a invetigação da Polícia Federal é um “Frankstein”, a defesa do empresário Felipe Cogorno Alvarez entrou com pedido de habeas corpus, para revogar a prisão preventiva determinada pela 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

Felipe Cogorno Alvarez é diretor do Grupo Cogorno, administrador do Shopping China e representante da Câmara de Amambay.

A prisão foi decretada no dia 19 de novembro no âmbito da Operação Patrón, a nova fase da Lava Jato. Ele e mais sete cidadãos paraguaios são acusados de dar apoio logístico e financeiro para Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, no período em ele era procurado pela polícia do Paraguai e do Brasil.

Cogorno continua em liberdade no país vizinho. Messer foi preso em julho deste ano, em São Paulo.

O recurso foi protocolado no TRF2 (Tribunal Regional Federal), protocoloado durante plantão forense.

O advogado Roberto da Costa Santos Menin alega que não há evidências desse apoio logístico atribuído a Felipe Cogorno e que a acusação está baseada em fatos inconsistentes para ocorrência de crime.

Pela investigação, Cogorno teria prestado auxílio ao doleiro Najun Turner para ocultar US$ 500 mil que seriam entregues pela noiva de Dario Messer, Myra de Oliveira Athayde, em escritório de Assunção (PY).

Além de detalhes para ocultação do dinheiro em casas de câmbio do Paraguai por sugestão do empresário da fronteira, a PF identificou esquema de contrabando de pneus envolvendo o doleiro e Felipe Cogorno, segundo investigação.

Segundo a defesa, Cogorno é amigo de Najun Turner e este lhe pediu ajuda em duas oportunidades: a primeira, em 16 de janeiro deste ano, quando Turner reenviou uma mensagem de outra pessoa, não identificada, que pede ajuda ao doleiro, dizendo que iria receber “500 mil dol.” em Assunção, quantia que precisava ser guardada. O valor seria repassado pessoalmente.

Felipe Cogorno, de acordo com a defesa, não responde a esta mensagem. No dia 20 de janeiro, Najun Turner liga, diz que tem um amigo chamado Marcelo que estaria para receber “alguns valores” em território paraguaio e, por isso, pede indicação de agência bancária naquele país. Cogorno indica a Fe Câmbios.

Cinco dias depois, Turner manda mais uma mensagem, perguntando se o empresário aviou a Fe Cambios da pretensão de negociação. “Diante dessa insistência, Felipe sequer responde a mensagem de Najun, ou seja, uma patente demonstração de constrangimento face aos insistentes pedidos.Ora, o fato não responder é uma CLARA NEGATIVA”.

A defesa alega que, mesmo se tais valores tivessem sido entregues, qual seria a violação penal do empresário, que somente indicou a agência e não teria conhecimento de quem seria a pessoa proprietária dos US$ 500 mi, desconhecendo que seria Dario Messer.

“Convenhamos, nada mais abstrato e vazio do que esse relatório policial (...) bordou-se um colcha de retalhos na qual nenhum pedaço combina com o outro, um FRANKSTEIN em que nenhuma parte se encaixa, formando um corpo disforme e sem vida”.

Liminarmente, pede que seja revogada a prisão preventiva, acrescentando que o empresário tem bons antecedentes, função conhecida e não representa risco legal.

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