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Interior

Em 10ª na incidência de covid-19, município "caçula" de MS entra em alerta

Em abril, Paraíso das Águas registrou primeiro caso e, ontem, mais dois confirmados; mobilidade entre municípios preocupa

Silvia Frias | 21/05/2020 10:03
Município com pouco mais de 5,5 mil habitantes entrou no radar da SES após confirmação de três casos (Foto: Max Arantes)
Município com pouco mais de 5,5 mil habitantes entrou no radar da SES após confirmação de três casos (Foto: Max Arantes)

Em um município de pouco mais de 5,5 mil habitantes 3 infectados é motivo de sinal vermelho. A 10ª posição em incidência de casos de novo coronavírus (covid-19) causou espanto e alertou a população de Paraíso das Águas, a 280 quilômetros de Campo Grande. Com três notificações, desafio é conter o vírus onde a rotina é o vai e vem entre cidades vizinhas.

“A gente já estava se cuidando, mas agora, a situação é de alerta”, disse a secretária Municipal de Saúde, Juliana Ferrari. O município registrou o primeiro caso confirmado no dia 18 de abril: uma mulher de 48 anos, que faz tratamento de saúde em Campo Grande, sendo obrigada a viajar três vezes por semana para a capital. Depois da internação inicial, já está em casa.

O índice havia sido mantido até ontem. O município voltou a entrar no radar do Estado ontem, quando foram confirmados mais dois pacientes. Segundo a secretária, trata-se de casal, ambos com 34 anos. Ele trabalha em fazenda, distante cerca de 30 quilômetros da cidade; ela reside na cidade.

Juliana Ferrari diz que eles estão isolados, ele, em casa, ela, internada na unidade de saúde local. Por conta dessas confirmações, outras 28 pessoas estão sendo monitoradas, todos que tiveram contato direto com os infectados. Por enquanto, permanecem sem sintomas da doença e não há mais nenhum caso confirmado.

PAM onde é feito coleta de material para testagem no Lacen (Foto: Max Arantes)
PAM onde é feito coleta de material para testagem no Lacen (Foto: Max Arantes)

A secretária disse que a prefeitura republicou o decreto municipal, de 22 de maio, prorrogando todas as normas por mais 15 dias, entre elas, o toque de recolher das 21h às 5h, o uso obrigatório de máscaras em estabelecimentos comerciais e as orientações sanitárias, como distanciamento social e higienização.

O município de Paraíso das Águas foi emancipado pelo governo estadual em 2003 após a realização de plebiscito em Água Clara, Costa Rica e Chapadão do Sul.

O “caçula” do Estado ainda tem outro fator de preocupação: a rotina de vários moradores da população, em que há muitos casos de pessoas residentes em Paraíso das Águas, mas que trabalham nos municípios vizinhos (ou ao contrário).

Caso haja paciente com sintomas graves, a secretária explica que o tratamento será por Costa Rica, município de referência e onde há convênio firmado. Entre as cidades, distância de cerca de 1h que será coberta com ajuda de ambulância munida com respirador. Em Paraíso, o PAM (Pronto Atendimento Médico) faz atendimento e coleta de material para testagem no Lacen (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul).

O aumento dos casos também causou preocupação entre a população. A atendente de caixa Ezânia Dias Rodrigues, 28 anos, acha que o uso de máscara deveria ser obrigatório a todos que entram em estabelecimentos comerciais, não sendo restrito apenas aos funcionários. No caixa do mercado, já teve que lidar com vários clientes sem o EPI (Equipamento de Proteção Individual).

A farmacêutica Renata Andrade Vieira, 36 anos, trabalha há 10 anos e disse que notou que os moradores da cidade estão mais alerta ao novo coronavírus. “Tá todo mundo bem mais preocupado”.

Desde o início da pandemia, Renata adotou regramento sanitário que vai de casa ao trabalho. “Chego em casa, já tomo banho; no trabalho, todo mundo usando máscara e fazendo assepsia dos balcões”.  Segundo ela, quando os casos eclodiram no País, recebeu várias ligações de clientes relatando sintomas característicos da covid-19. “Sempre pedi para que procurassem unidade de saúde, agora, deu acalmada, acho que estão mais esclarecidos”.

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