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Interior

Escutas revelaram elo entre militares e chefe do tráfico na fronteira de MS

Policial atuava como olheiro de “Macho”; sargentos do Exército paraguaio forneciam munições à quadrilha

Por Helio de Freitas, de Dourados | 03/07/2025 09:33
Escutas revelaram elo entre militares e chefe do tráfico na fronteira de MS
Momento em que um dos alvos da operação foi capturado, em Curuguaty (Foto: Divulgação)

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram a ligação de um agente da Polícia Nacional e dois sargentos do Exército do Paraguai com a organização comandada pelo narcotraficante Felipe Santiago Acosta Riveros, 42, o “Macho”.

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Escutas telefônicas revelam ligação entre militares e chefe do tráfico no Paraguai. A Operação Barret prendeu um policial e dois sargentos do Exército ligados ao narcotraficante Felipe Santiago Acosta Riveros, conhecido como "Macho". Os militares negociavam munições e carregadores, enquanto o policial escoltava carregamentos e informava sobre movimentações na região de fronteira. Além dos militares, a operação prendeu outros envolvidos no esquema, incluindo um comerciante ilegal de armas e um mecânico que fornecia apoio logístico. Três suspeitos continuam foragidos, entre eles o "número 2" da organização e a namorada de um importante membro preso anteriormente. O líder do grupo, Felipe Acosta, segue foragido e é considerado o criminoso mais procurado do Paraguai.

O policial Germán Lezcano Ojeda, 40, e os sargentos Jorge Daniel Villalba González, 30, e Rodney Villalba González, 34, foram presos nesta quarta-feira (2) no âmbito da Operação Barret, deflagrada pelo Departamento Contra o Crime Organizado da Polícia Nacional e pelo Ministério Público do Paraguai. O nome da operação faz referência ao fuzil calibre 50, da marca norte-americana Barret, usado pelo chefe do cartel.

Irmãos, os dois sargentos foram presos no Quartel da 3ª Divisão de Cavalaria do Exército em Curuguaty, a 80 km de Paranhos (MS). Já o policial Germán Lezcano foi preso em Yby Pitá, outro povoado localizado na linha internacional. Outros dois “civis” também foram presos durante as buscas, coordenadas por promotores de Justiça vindos da capital Asunción.

Infiltrado – Conversas telefônicas interceptadas pelos investigadores revelaram que Lezcano agia como “olhos e ouvidos” de Felipe Acosta na região de Iby Pytá, informando à organização sobre presença de veículos e pessoas desconhecidas na área. Também usava viatura da Polícia Nacional para escoltar carregamentos de droga e armas.

Já dos dois militares do Exército foram flagrados nas interceptações telefônicas negociando a venda de carregadores e munições ao bando de “Macho”. Entre os produtos fornecidos estavam cargas de 300 a 600 cartuchos, além de carregadores para fuzil M4 (calibre 5,56). O armamento era entregue na região de Curuguaty.

Escutas revelaram elo entre militares e chefe do tráfico na fronteira de MS
O policial e os dois militares presos ontem na fronteira (Foto: Divulgação)

Outro preso na operação desta quarta-feira foi Alexandro dos Reis Acosta, 24, dono de um comércio responsável pela venda ilegal de armas, munições, veículos e diversos outros produtos à organização criminosa. Também é acusado de emprestar dinheiro para os traficantes em troca de objetos “de seu interesse”.

Também foi preso no âmbito da Operação Barret o mecânico José Ignacio Rodríguez Ramírez, 33, o “Yanki”, dono de uma oficina em Curuguaty. Segundo a Polícia Nacional, ele prestava apoio logístico ao esquema – consertava veículos da quadrilha, fornecia combustível e informava sobre barreiras policiais.

Três alvos das buscas não foram localizados e estão sendo procurados na linha internacional. Nelson David Maylín Haedo, 29, é considerado o “número 2” da organização, responsável pelo contato direto com policiais corruptos para permitir a passagem de carregamentos de drogas nos departamentos de Canindeyú e San Pedro.

Magda Ayala Sosa, 22, também é procurada. Ela é namorada de Giovani Zárate Jiménez, 29, preso em 19 de março deste ano em Katueté. Ele tinha papel importante no comando da organização, responsável pelo transporte das cargas.

O terceiro foragido é o indígena Milcíades Quiñónez Arguello, 34, responsável pelo cultivo de maconha. Ele tinha a incumbência de contratar trabalhadores para atuar no plantio e colheita da droga. Felipe Acosta também segue foragido. É o bandido mais procurado no Paraguai na atualidade.

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