“Ligava todos os dias. De repente, parou”, conta prima de mulher assassinada
Graciane de Sousa Silva, 40 anos, foi vítima de feminicídio em Angélica, no fim de semana
Prima de Graciane de Sousa Silva, de 40 anos, contou que a mulher, assassinada no fim de semana, mandava notícias todos os dias aos familiares, mas parou exatamente no período que ficou internada depois de ser espancada pelo companheiro.
RESUMO
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Família cearense busca ajuda para translado do corpo de Graciane de Sousa Silva, 40 anos, vítima de feminicídio em Angélica, Mato Grosso do Sul. Graciane foi espancada pelo companheiro, José Robério Viana de Souza, e faleceu após dias internada. A família pede apoio para trazer o corpo para Fortaleza, onde será velada e sepultada. O suspeito está solto e alega que a vítima sofria de transtornos mentais, versão negada pela família. Graciane deixou o Ceará há seis anos para viver com o companheiro. Os familiares pedem justiça e buscam doações para custear o translado, orçado em R$ 11.300. Doações podem ser feitas via Pix para a chave 065.434.093-55, em nome de Penélope Silva Vieira de Assis.
A família de Graciane, natural de Fortaleza, está mobilizada para conseguir levar o corpo da mulher de volta ao Ceará. Graciane morreu no fim de semana, após passar vários dias internada em estado grave, vítima de espancamentos cometidos pelo companheiro, José Robério Viana de Souza, no município de Angélica, a cerca de 272 quilômetros de Campo Grande.
Segundo uma prima da vítima, que não quis se identificar, Graciane foi levada ainda viva ao hospital pelo proprietário da casa alugada onde vivia com José Robério. Segundo relatos da família, foi esse senhor quem também avisou a irmã da jovem sobre o estado de saúde dela.
No hospital, Graciane chegou a relatar, em desespero, que estava sendo agredida desde o dia 17 de maio, por vários dias consecutivos, com chutes na barriga, ombros e costas. A denúncia foi registrada pela unidade hospitalar no dia 21 de maio e encaminhada à Polícia Civil.
Gravemente ferida, Graciane foi intubada e permaneceu em estado grave. A família, que mantinha contato diário com a jovem, ficou sem notícias por quatro dias — justamente o período em que ela estava sofrendo as agressões. "Ela ligava todos os dias, mandava foto. De repente, parou. Quando conseguimos falar com ela, estava desesperada, disse que ia morrer, que ele ia matar ela", relatou a prima.
No sábado, a equipe médica informou à família que Graciane passaria por uma cirurgia abdominal para investigar complicações internas. Contudo, no domingo, ela não resistiu. Segundo os médicos, as agressões teriam provocado a ruptura do apêndice, agravando ainda mais seu estado de saúde.
Além da dor, a família enfrenta agora enormes dificuldades logísticas e financeiras para conseguir levar o corpo de volta a Fortaleza. O custo do translado aéreo foi orçado em R$ 11.300. Sem recursos, os parentes iniciaram uma vaquinha para arrecadar fundos.
"Tentamos contato com os órgãos públicos de Angélica, ligamos para a delegacia, mas até agora não tivemos apoio. A ajuda que mais precisamos é essa: conseguir trazer o corpo dela para casa", afirma a família.
Graciane deixou o Ceará há cerca de seis anos e cinco meses para viver com o companheiro em Angélica. Segundo os familiares, ela conheceu José Robério quando ele morava próximo à casa dela, em Fortaleza. Após a morte da mãe do homem, ele se mudou para Mato Grosso do Sul e, meses depois, enviou a passagem para que Graciane fosse morar com ele.
Informações repassadas à família indicam que o suspeito está solto e já teria acionado um advogado, alegando que Graciane sofria de transtornos mentais, versão negada pelos familiares da vítima.
“Ela foi tirada da nossa família com a promessa de uma vida melhor. Ele não só não deu isso, como tirou a vida dela. A dor é imensurável. Esperamos que a Justiça seja feita”, disse a prima da vítima.
A família reforça o pedido por justiça e por solidariedade, para que o corpo de Graciane possa ser velado e sepultado junto aos seus, em sua cidade natal.
Quem desejar contribuir com os custos do translado do corpo de Graciane para Fortaleza pode fazer uma doação via Pix para a chave 065.434.093-55, em nome de Penélope Silva Vieira de Assis. Mais informações podem ser obtidas diretamente com os familiares pelo telefone (85) 92169-7800.
O caso - Entre os dias 17 e 20 de maio, Graciane foi vítima de agressões contínuas e acabou sendo levada para atendimento médico em Angélica. Devido à gravidade dos ferimentos, ela foi transferida para o Hospital Regional de Nova Andradina em 21 de maio, vindo a falecer quatro dias depois, no domingo. O caso foi registrado como o 12º feminicídio do ano em Mato Grosso do Sul. A denúncia partiu do hospital local, após a vítima relatar que vinha sofrendo agressões diárias do marido, incluindo chutes na barriga, ombros e costas. O resgate foi feito pelo proprietário do imóvel onde o casal morava.
O delegado de Angélica, Diego Henrique, afirmou que o estado de saúde da vítima impediu a coleta de mais detalhes sobre o crime. No dia seguinte à morte da mulher, José Robério, o companheiro dela, se apresentou espontaneamente à polícia e negou qualquer envolvimento nas agressões. O delegado aguarda o laudo necroscópico e determinou diligências para esclarecer completamente o caso.
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