Após mais um feminicídio, grupo se reúne na Casa da Mulher Brasileira
Encontro coincide com dia de duplo feminicídio na Capital, que já registra 14 mortes do tipo em 2025
Representantes do Governo do Estado, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Prefeitura de Campo Grande, Polícia Civil, Militar e Defensoria Pública participaram de reunião com portas fechadas na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), no início da noite desta terça-feira (27). A agenda, classificada como “reunião de alinhamento” pela comunicação oficial, ocorreu horas após o duplo homicídio de mãe e filha, encontradas carbonizadas em área de mata no Bairro Indubrasil.
Vice-governador José Carlos Barbosa (PSD), o "Barbosinha", foi o único integrante da comitiva a se pronunciar. Ao Campo Grande News, ele afirmou que o objetivo da reunião foi fortalecer a integração entre os órgãos que atuam na Casa da Mulher Brasileira. “Essa é uma agenda de trabalho já prevista, que tem ocorrido com frequência. Não tem relação com o fato lamentável registrado hoje, embora todos nós estejamos consternados com o crime”, disse.
Barbosinha mencionou a participação de psicólogas, assistentes sociais, delegados e da secretária de Cidadania, Viviane Luiza. “Estamos buscando aprimorar os processos internos, melhorar a estrutura, incorporar tecnologias e garantir que o atendimento às mulheres seja cada vez mais eficiente e acolhedor”, declarou.

A reunião foi fechada à imprensa e ocorreu no mesmo prédio onde são conduzidas investigações de feminicídios e outros crimes contra mulheres. Questionada sobre a proximidade entre a agenda e os assassinatos, a assessoria do governo informou que encontros como esse ocorrem com frequência e não têm relação direta com o crime brutal do dia.
Também esteve presente a nova coordenadora estadual da Casa da Mulher Brasileira, Carla Stephanini, que assumiu o cargo no início de maio. Ela optou por não comentar a agenda com a imprensa.

No entanto, dentro da unidade, mudanças físicas seguem em andamento. Conforme apurado pela reportagem, a recepção foi alterada, guichês e computadores foram deslocados e os atendimentos passaram a ocorrer em salas menores e separadas.
Um servidor informou, sob condição de anonimato, que as alterações começaram após a morte da jornalista Vanessa Ricarte, que antecedeu a troca das delegadas. “Cada gestão tem seu modo de organizar o espaço e conduzir os fluxos internos”, completou Barbosinha, ao ser questionado sobre as modificações.

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