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Interior

Fogo atinge Serra de Maracaju; sem brigadas, ruralistas tentam apagar incêndio

Paula Vitorino | 02/09/2011 17:21

Brigadas do Prevfogo estão paradas há um mês por falta de equipamentos. Bombeiros de Aquidauana estão sobrecarregados devido ao número de incêndios na região e não conseguem atender a todas ocorrências

Incêndio consome a área em torno da Serra Maracaju, no distrito de Palmeira, em Aquidauana, desde esta manhã e já sobe pela vegetação da Serra. O fogo começou por volta das 10h e nesta tarde podia ser visto por quem passava pela rodovia BR-262, a cerca de 15 quilômetros do foco. Uma enorme cortina de fumaça era vista à longa distância.

Cerca de 30 trabalhadores das propriedades rurais da região tentam, por conta própria, controlar o incêndio. O Corpo de Bombeiros de Aquidauana informou que não foi chamado para nenhum atendimento na área, mas mesmo que fosse não teria efetivo para enviar ao local.

Já o chefe do Prevfogo em Aquidauana, Felipe Medina, afirmou que a brigada foi comunicada sobre o incêndio, mas que os próprios fazendeiros dispensaram o apoio, dizendo que os trabalhadores iriam controlar a situação.

No entanto, os 15 brigadistas do Prevfogo estão sem condições de realizar os trabalhos de combate a incêndios por falta de equipamentos de proteção individual e combate ao fogo, como abafadores, roupas e capacetes.

A equipe foi contratada e deveria ter iniciado suas funções no dia 1° de agosto, mas há um mês os brigadistas estão parados e desempenhando apenas atividades educativas.

Enquanto isso, a reportagem do Campo Grande News apurou que o Corpo de Bombeiros de Aquidauana trabalha sobrecarregado e a falta do reforço do Prevfogo no período de estiagem neste ano está prejudicando o combate a incêndios, principalmente, na área rural.

Para diminuir os prejuízos, os bombeiros trabalham com o “efetivo improvisado" formado por trabalhadores das fazendas atingidas por incêndios.

Focos - Somente nesta sexta-feira (3), até às 15h, foram cinco focos de incêndios em fazendas. Sem efetivo para atuar na área, os bombeiros prestam socorro da seguinte forma: o fazendeiro vai até o batalhão, pega um militar e leva para prestar apoio no incêndio.

Na área, o militar orienta como fazer o controle do incêndio de forma correta, evitando a propagação do fogo. Os peões da fazenda usam os próprios equipamentos da propriedade para o combate, seguindo as recomendações do bombeiro apoio.

O esquema de distribuição de militares foi o jeito encontrado para ajudar no controle dos focos nas propriedades, uma vez que não há efetivo suficiente para atender as ocorrências na área urbana e rural da cidade.

Sem equipamento - De acordo com o analista ambiental do Ibama, Alexandre Pereira, a demora da atuação do Prevfogo é devido ao atraso na entrega dos equipamentos, que já foram adquiridos.

Das seis brigadas no Estado, com 120 profissionais, apenas duas estão trabalhando normalmente, no município de Miranda e Costa Rica. A base de Porto Murtinho funciona parcialmente, segundo o Ibama esta e a do municípios de Corumbá, que ficam na região do Pantanal, são responsáveis pela maioria dos atendimentos de focos de incêndio. Os brigadistas estão realizando os trabalhos com materiais que sobraram do ano passado.

Segundo Alexandre, os materiais devem ser entregues as brigadas neste fim de semana e os trabalhos de combate a incêndios iniciados de imediato.

Mais de R$ 1 milhão foram investidos pelo Ibama em MS para contratação das equipes, treinamento e aquisição dos equipamentos neste ano. As brigadas são compostas por civis, que passam por processo seletivo e são contratados pelo período temporário de cinco meses.

Os selecionados receberam treinamento de uma semana para a atuação no combate aos incêndios. O trabalho é realizado em parceria com o Corpo de Bombeiros dos municípios e a Prefeitura Municipal.

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