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Interior

Mais uma vítima de "advogado fake", idosa perde R$ 14,4 mil

Criminosos usam dados de processos e aplicativos para enganar moradores de Mato Grosso do Sul

Por Bruna Marques | 29/10/2025 09:14
Mais uma vítima de "advogado fake", idosa perde R$ 14,4 mil
Praça São José, no centro de Cassilândia (Foto: Reprodução/Wikipedia)

Idosa de 69 anos, moradora de Cassilândia, a 419 quilômetros de Campo Grande, perdeu R$ 14.402,64 ao cair no golpe do falso advogado, esquema em que criminosos se passam por defensores para aplicar fraudes financeiras. O caso foi registrado nesta terça-feira (28) na delegacia do município.

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Uma idosa de 69 anos, residente em Cassilândia (MS), foi vítima do golpe do falso advogado, perdendo R$ 14.402,64 após compartilhar dados bancários com criminosos que se passaram por defensores. O caso soma-se a quase mil denúncias semelhantes registradas em Mato Grosso do Sul apenas neste ano. Em resposta ao aumento de fraudes, a OAB-MS prepara ação civil pública contra empresas de telefonia, instituições financeiras e a Meta, visando medidas de segurança mais rigorosas. A entidade já implementou o ConfirmADV, plataforma que permite verificar a autenticidade de advogados em tempo real.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima contou que recebeu mensagem via WhatsApp de um homem que se apresentou como seu advogado. Ele afirmou que um de seus processos havia sido concluído com sucesso e que seria necessário realizar “procedimentos” por meio de um link do Google Meet para liberar o pagamento.

Confiando na história, a idosa repassou sua senha bancária e fez um PIX de R$ 14.402,64 para uma conta em nome de uma mulher. Pouco depois, percebeu o golpe ao ser bloqueada no aplicativo.

A fraude é a mesma que, na segunda-feira (27), fez uma moradora da Vila Sobrinho, em Campo Grande, perder R$ 16,6 mil. Ela acreditou estar falando com um integrante do escritório de seu advogado e foi orientada a fazer várias transferências para liberar o suposto pagamento de R$ 16.534,00 de um processo judicial.

As quantias foram desviadas por meio de links fraudulentos. O caso foi registrado na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

Ação civil pública - Casos assim se multiplicam em Mato Grosso do Sul. Segundo a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul), quase mil denúncias de golpes semelhantes foram registradas apenas neste ano. A entidade vai ingressar com ação civil pública contra empresas de telefonia, instituições financeiras e a Meta, controladora do WhatsApp e do Facebook, para obrigar a adoção de medidas de segurança mais rigorosas.

O presidente da OAB-MS, Bitto Pereira, afirmou que a ação será protocolada nos próximos dias na Justiça Federal. “Quando um golpista usa celular ou WhatsApp, as empresas, por obrigação legal, precisam saber quem está abrindo a linha”, destacou. Ele cobra sistemas automáticos que identifiquem e derrubem perfis falsos.

A OAB-MS já criou o ConfirmADV, plataforma que permite verificar a autenticidade de advogados em tempo real. Se o profissional não responder à checagem em até cinco minutos, o cidadão é alertado de que o contato pode ser fraudulento.

Fraude com aparência legítima – Os criminosos têm usado dados de processos públicos para dar credibilidade às abordagens, o que dificulta a ação das autoridades.

Em outros estados, como a Paraíba, a Amib (Associação de Mobilização, Impacto Social, Ambiental e dos Direitos Básicos) conseguiu decisão judicial que reconhece a responsabilidade de operadoras e da Meta pela segurança digital, com base no CDC (Código de Defesa do Consumidor).

A OAB-MS espera que a Justiça sul-mato-grossense siga o mesmo caminho, determinando o uso de biometria e verificação de identidade na abertura de contas e linhas telefônicas.

Alerta à população - A recomendação é clara: advogados não pedem pagamentos via link, PIX ou aplicativos de mensagem. Em caso de dúvida, a orientação é confirmar as informações com o profissional por telefone fixo, nos canais oficiais do escritório ou pela ferramenta ConfirmADV.

A OAB-MS mantém um canal para denúncias de perfis falsos em seu site oficial, e as vítimas podem registrar boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou pelo portal da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

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