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Interior

Helicóptero voava baixo para evitar radares e pode ter sido abatido a tiros

Robinson R66 tem capacidade de transportar até 200 quilos de cocaína e voava para São Paulo

Helio de Freitas, de Dourados | 20/10/2021 17:40
PRFs no local onde helicóptero caiu com cocaína; duas pessoas morreram (Foto: Direto das Ruas)
PRFs no local onde helicóptero caiu com cocaína; duas pessoas morreram (Foto: Direto das Ruas)

O helicóptero Robinson R66, que caiu hoje (20) no município de Ponta Porã matando duas pessoas carbonizadas, voava baixo para evitar ser detectado pelo sistema de controle de tráfego aéreo da Aeronáutica, inaugurado no dia 30 de junho deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro.

A aeronave fabricada nos Estados Unidos transportava cocaína. Tabletes não destruídos pelas chamas ficaram espalhados em volta dos destroços.

O Campo Grande News apurou que existe grande possibilidade de o helicóptero ter sido atingido por tiros de fuzil quando sobrevoava a linha de fronteira em baixa altitude. Mesmo alvejado, o piloto conseguiu voar por alguns quilômetros no espaço aéreo brasileiro, mas caiu a 60 quilômetros da sede da Fazenda Jotabasso e a 30 km da BR-463, que liga Ponta Porã a Dourados.

Especialistas afirmam que esse modelo de helicóptero tem capacidade para transportar até 200 quilos de cocaína. Em junho do ano passado, aeronave semelhante levando 188 quilos de cocaína de Mato Grosso para Santa Catarina foi apreendida após pouso forçado em uma fazenda de Naviraí.

A reportagem apurou que o mesmo helicóptero que caiu hoje tinha sido visto sobrevoando a região de fronteira há cerca de 20 dias, também em baixa altitude. A suspeita é que a aeronave tenha levantado voo da região de Antônio João e levaria a cocaína para São Paulo.

Pelo prefixo identificado na fuselagem, o Robinson está registrado em nome de uma empresa de Taubaté (SP), mas existe possibilidade de os dados serem falsos. Dentro do helicóptero havia um galão de combustível. Os dois corpos foram totalmente carbonizados e ainda não há identificação.

O caso será investigado pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil. Equipes se deslocaram de Campo Grande por volta de meio-dia.

Em nota divulgada no início da tarde, a empresa Jotabasso descartou ligação com a aeronave. “As atividades da Jotabasso estão concentradas na produção e comercialização de sementes de soja, sorgo, milho, trigo e aveia, não tendo qualquer relação com atividades ilegais”.

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