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Interior

Homens “empacotados” foram esfaqueados e espancados; um levou tiro na nuca

Os dois paraguaios foram executados e os corpos deixados na zona rural de Aral Moreira

Helio de Freitas, de Dourados | 17/02/2021 14:39
Felipe Ojeda (à esquerda) e Marcelo González moravam em Capitán Bado (Foto: Reprodução)
Felipe Ojeda (à esquerda) e Marcelo González moravam em Capitán Bado (Foto: Reprodução)

Os dois paraguaios executados e jogados enrolados em cobertores e lona de plástico na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai foram esfaqueados e espancados. Os golpes contundentes desfiguraram o rosto das vítimas. Somente um deles tinha ferimento de bala, na nuca, indicando execução à curta distância.

Os corpos de Felipe Rivas Ojeda, 29, e Marcelo Sachelardi González, 30, foram encontrados segunda-feira (15) na beira de estrada vicinal e ao lado de plantação de soja no Assentamento Santa Catarina, próximo à região conhecida como 3 Placas, a 40 km do perímetro urbano de Aral Moreira, na fronteira com o Paraguai.

A autopsia foi feita pelo IML (Instituto Médico Legal) em Ponta Porã, comarca à qual pertence o município de Aral Moreira. A perícia da Polícia Civil constatou que corpos já estavam em decomposição, o que levanta hipótese de que os dois tenham sido mortos no lado paraguaio e “desovados” no Brasil para dificultar as investigações.

A identificação de Marcelo Sachelardi González já tinha sido confirmada oficialmente ontem pela Polícia Nacional do Paraguai. Felipe Ojeda também tinha sido reconhecido pela família, mas faltava o documento para formalizar a identidade do morto.

Hoje de manhã, policiais paraguaios informaram aos colegas brasileiros em Ponta Porã que a família apresentou a certidão de nascimento de Felipe.

O Campo Grande News apurou que mesmo com o reconhecimento pelos familiares na polícia do Paraguai, policiais sul-mato-grossenses coletaram impressões digitais e material de DNA dos corpos e dos familiares que fizeram a identificação.

As amostras foram enviadas para o laboratório da Polícia Civil em Campo Grande. O procedimento é para garantir que de fato se tratam das pessoas reconhecidas, já que os rostos estavam desfigurados pelas agressões e pela decomposição.

Lavouras de maconha – Os dois homens moravam em Capitán Bado, cidade paraguaia vizinha de Coronel Sapucaia (MS), a 400 km de Campo Grande. Ontem à noite, a reportagem apurou que Felipe e Marcelo eram ligados ao tráfico de maconha na fronteira.

Fotos mostram Marcelo em uma lavoura da maconha e Felipe em frente a um acampamento usado para processamento da droga. Historicamente, a área rural de Capitán Bado é grande produtora de maconha da linha internacional.

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