ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 32º

Interior

"Ilhas" de vegetação garantem resistência e fauna ativa em áreas queimadas

Natureza se mostra imponente e renovada dias após grande incêndio que devastou bioma do cerrado

Gabriela Couto | 20/07/2021 10:18
Cervo avistado em região queimada dias após o fogo ser contido em Bonito e Jardim (Foto Sargento Keslley)
Cervo avistado em região queimada dias após o fogo ser contido em Bonito e Jardim (Foto Sargento Keslley)

As imagens feitas pela equipe do GRETAP (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal) dão esperança para a preservação da natureza após incêndio florestal que atingiu cerca de 3,7 mil hectares entre os municípios de Bonito e Jardim.

Depois de dias de fogo intenso e animais vítimas das chamas, a fauna ativa no local que estava tomado pelas queimadas no início do mês é imagem da força da natureza.

Conforme relata a médica veterinária, Nataly Nogueira Ribeiro Pinto, durante o período foi possível observar vários indícios de uso das áreas queimadas pelos animais, sendo possível a observação de cervídeos, tamanduá mirim, tatu, anta, ema e demais espécies de aves.

Equipe do GRETAP foi acionada para vistoriar a área e não encontrou carcaça de animais (Foto GRETAP)
Equipe do GRETAP foi acionada para vistoriar a área e não encontrou carcaça de animais (Foto GRETAP)

“Como médica veterinária, pude visualizar e avaliar alguns animais à distância, os quais se mostraram saudáveis, alertas e responsivos ao ambiente. Isso mostra que as áreas verdes ao entorno do fogo serviram como abrigo e fonte de água e alimento para esses animais, permitindo que se mantivessem saudáveis. Outro ponto que reforça esta ideia é a ausência de observação de carcaças carbonizadas”, explica.

No rastreamento das áreas atingidas, a equipe registrou vestígios de rastro, pelo e fezes. As equipes ainda flagraram cervos e tatu em meio a vegetação queimada. Nas imagens aéreas, feitas por drone, é possível ver as "ilhas" de vegetação que não foram atingidas pelo fogo. O que garantiu que alguns remanescentes de floresta continuassem em pé, e por isso a matriz da paisagem permitiu que os animais fugissem do fogo. A chuva nos últimos dias contribuiu para o encontro de rebrotamento na vegetação que foi queimada.

GRETAP - Ao todo 11 instituições que fazem parte do GRETAP-MS: a Semagro, Imasul, CRMV-MS, UCDB, Ibama, Instituto Tamanduá, Instituto do Homem Pantaneiro – IHP, Fundação Municipal do Meio Ambiente de Corumbá, UFMS, PMA e Corpo de Bombeiros.

"Ilhas" de vegetação foram fundamentais para garantir a sobrevivência das espécies durante incêndios (Foto GRETAP)
"Ilhas" de vegetação foram fundamentais para garantir a sobrevivência das espécies durante incêndios (Foto GRETAP)

Ele surgiu diante da necessidade da atuação de profissionais na área de Resgate Técnico Animal durante as queimadas que atingiram o Pantanal de Mato Grosso do Sul em 2020, ano em que a equipe atendeu 102 animais diretamente com cuidados veterinários, translocação ou assistencialismo direto, além dos inúmeros animais que receberam assistencialismo indireto por meio dos pontos de alimentação.

Todo o trabalho realizando só é possível graças às doações. Com as doações de medicamentos foi possível, ainda, estender o atendimento aos animais domésticos da Serra do Amolar. Interessados em ajudar com qualquer valor os dados são: Agência: 2609-3 / Conta corrente: 6237-5 / Banco do Brasil / Missão Salesiana - CNPJ: 03.226.149/0015-87.

Tatu foi flagrado durante inspeção do GRETAP nas regiões atingidas pelo fogo (Foto Sargento Keslley)
Tatu foi flagrado durante inspeção do GRETAP nas regiões atingidas pelo fogo (Foto Sargento Keslley)


Nos siga no Google Notícias