Indígena guarani é morto com um tiro na nuca em território reivindicado
Entidade indígena denuncia ataques em Pyelito Kuê; Funai mantém estudos de demarcação
RESUMO
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O indígena guarani-kaiowá Vicente Fernandes foi morto com um tiro na nuca na madrugada deste domingo (16), em Iguatemi, a 412 quilômetros de Campo Grande. A Polícia Militar confirmou o óbito, mas informou que a ocorrência foi atendida pela Força Nacional, ainda sem detalhes divulgados. Há informação também de outras quatro pessoas feridas.
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Pelas redes sociais, a Aty Guasu, principal organização política dos povos Guarani e Kaiowá, afirmou que a vítima foi assassinada durante a retomada da comunidade Pyelito Kue, localizada na área da Fazenda Cachoeira. “A retomada sofre ataques desde a semana passada e é desesperador para os indígenas neste momento”, informou a entidade.
A região é alvo de disputa há anos. Em junho deste ano, uma portaria da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) atualizou a composição do Grupo de Trabalho responsável por estudos complementares de identificação e delimitação do território reivindicado pelos guarani, conhecido como Iguatemipeguá II e III, que abrange áreas de quatro municípios do sul de Mato Grosso do Sul.
A Funai já havia aprovado, em 2013, o relatório de identificação da Terra Indígena Iguatemipeguá I, que inclui os tekoha Mbarakay e Pyelito Kuê. A área reivindicada possui 41 mil hectares, enquanto os guarani-kaiowá vivem atualmente em uma aldeia de 90 hectares. À época, o governo federal registrava cerca de 1,8 mil indígenas na região.
Mesmo após a identificação oficial, o processo não avançou, mantendo o cenário de tensão entre indígenas e produtores rurais. Em novembro de 2023, os guarani-kaiowá ocuparam parte da área quando uma equipe de documentaristas que acompanhava a situação foi agredida por homens apontados como seguranças dos produtores.
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