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Interior

Juíza renuncia após esconder denúncia do Brasil contra narcotraficante

Justiça brasileira tinha informado Paraguai em 2015 que Jarvis Pavão continuava comandando o tráfico da cadeia, mas juíza engavetou documento

Helio de Freitas, de Dourados | 15/02/2017 11:19
Jarvis Pavão está preso em sede de grupo especializado da polícia do Paraguai (Foto: ABC Color)
Jarvis Pavão está preso em sede de grupo especializado da polícia do Paraguai (Foto: ABC Color)
Patricia Gonzales renunciou ao cargo de juíza após escândalo (Foto: ABC Color)
Patricia Gonzales renunciou ao cargo de juíza após escândalo (Foto: ABC Color)

A Corte Suprema do Paraguai aceitou a renúncia da juíza penal Patricia Gonzales, denunciada por “engavetar” uma denúncia da justiça brasileira de que o narcotraficante Jarvis Gimenez Pavão continuava comandando, de dentro da prisão, a venda de drogas para o Brasil.

O documento foi enviado em 2015, mas foi parar em uma gaveta no gabinete da magistrada, que culpou um funcionário subalterno pelo “descuido”. O caso foi descoberto em dezembro do ano passado pelo juiz interino Paublino Escobar, que substituiu Patricia na vara de execuções penais.

Na época, ela estava de licença para acompanhar o marido, que é embaixador do Paraguai na Espanha. Escobar denunciou a colega à Corte Suprema, que abriu um procedimento para investigar a ligação da juíza com Jarvis Pavão.

No documento, além de pedir o bloqueio dos bens do traficante e denunciar as atividades de Pavão, que mesmo recolhido no presídio de Tacumbú continuava mandando droga e comandando o narcotráfico na região sul do país, a justiça brasileira também pediu apoio da Corte Suprema do Paraguai para a extradição do criminoso, condenado a quase 20 anos de prisão Em Santa Catarina.

Apesar do escândalo envolvendo a magistrada, o pedido de extradição de Pavão continua parado na justiça paraguaia. Atualmente ele está recolhido em uma cela na sede de um grupo especializado da Polícia Nacional, para onde foi transferido em julho do ano passado após ser descoberto espaço luxuoso em que o traficante vivia no presídio de Tacumbú.

Além de ser apontado como um dos maiores narcotraficantes da América do Sul, Pavão é acusado de ter se aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) para eliminar o ex-sócio no comércio de drogas, Jorge Rafaat, metralhado no centro de Pedro Juan Caballero, no dia 15 de junho de 2016.

Doente – Em janeiro deste ano, os advogados de Pavão pediram à justiça paraguaia que ele fique 12 dias internado em uma clínica particular para tratar apneia do sono e isquemia cerebral. Até uma foto dele usando um respirador para dormir foi divulgada em redes sociais, mas o equipamento foi colocado “de cabeça para baixo”.

A notícia causou revolta entre a opinião pública paraguaia, que vê o caso como uma possível estratégia para o narcotraficante fugir do país.

Nesta semana a juíza Ana María Llanes determinou que uma junta médica avalie o quadro de saúde de Pavão, antes de decidir se concorda ou não com a transferência dele para uma clínica.

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