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Interior

Julgamento de acusada de participar na morte do marido milionário é adiado

Esposa e a amante teriam matado para ficar com patrimônio do pecuarista

Mirian Machado | 21/10/2021 15:16
Luciene em unidade de saúde durante tratamento a covid e pneumonia (Foto: Processo)
Luciene em unidade de saúde durante tratamento a covid e pneumonia (Foto: Processo)

O julgamento de Luciene Franco dos Santos, de 40 anos, acusada de participar do assassinato do próprio marido em 2017 foi adiado para dezembro. A defesa da ré protocolou na quarta-feira (20) pedido de urgência para adiar a sessão de Júri que ocorreria nesta sexta-feira (22) na Comarca de Nioaque, cidade onde o crime aconteceu.

Segundo os advogados de Luciene, a ré está em tratamento de saúde e deve ficar de repouso pelo menos até dia 29 deste mês. Conforme relatado, a mulher apresentou sintomas de covid-19 dia 6 de outubro. ela foi atendida em Maracaju e recebeu atestado de 10 dias. Mesmo cumprindo o isolamento e tomando medicações, o estado de saúde dela piorou e no fim do isolamento passou mais uma vez pelo médico que sugeriu mais 5 dias de repouso.

Ainda com dores pelo corpo e dificuldades para respirar, ao término do atestado médico foi consultada por especialista em pneumologia em Dourados. Exames a diagnosticaram com pneumonia viral e deverá deixá-la até dia 29 afastada e em tratamento para a doença.

A defesa diz que "Lamentavelmente o estado de saúde da defendente inspira cuidado extremo, a ponto de que na sala de espera para realização dos exames referidos, passou mal e veio até mesmo a vomitar sangue, tendo sido socorrida pelos profissionais do local".

Por esse motivo a Juíza Larissa Luiz Ribeiro da comarca de Nioaque, redesignou então o julgamento para dia 10 de dezembro às 8h.

Reinaldo foi assassinado a tiros pela amante da esposa. (Foto: Divulgação)
Reinaldo foi assassinado a tiros pela amante da esposa. (Foto: Divulgação)

Luciene é acusada de participar no assassinato de Reinaldo Martins de Souza, conhecido como Kaburé. Ele foi baleado com dois tiros na madrugada de 10 de julho de 2017, em uma de suas fazendas.

Na denúncia do Ministério Público, consta que Luciene mantinha um relacionamento extraconjugal com Marielli Simões Burgo, presa em Campo Grande, oito meses depois do crime. Marielli já passou por julgamento em março deste ano e foi condenada a 14 anos em regime fechado. Reinaldo teria descoberto o caso, quando então houve a briga, tiros e a morte. A denúncia indica que o crime foi tramado pelas duas, que tinham interesse pelo patrimônio milionário da vítima.

Acusada de mandar matar e dar suporte a fuga de Marielli, a esposa foi pronunciada e o processo desmembrado.

Para a acusação, “o crime de homicídio foi praticado por evidente motivo torpe, consistente tanto no fato de as denunciadas desejarem eliminar a pessoa que obstava o relacionamento amoroso das mesmas, quanto pelo fato de a companheira do pecuarista possuir nítido interesse patrimonial na morte de seu companheiro, por cobiçar sua vultosa meação e herança (milionária) que ele deixaria e, ainda, o recebimento de um seguro de vida contratado meses antes de seu assassinato, cuja única beneficiária era ela mesma, a qual controlava toda a vida financeira do companheiro que estava traindo".

Além do crime, por si só, o caso foi emblemático na cidade, inclusive, pelo misterioso “desaparecimento” do Inquérito Policial de dentro da delegacia, quando apenas as testemunhas ligadas a autora do crime haviam dado sua versão sobre os fatos.

Somente após a abertura de uma investigação paralela pelo Ministério Público, por meio de um Procedimento Investigatório Criminal sigiloso, é que todas as provas foram devidamente colhidas, a partir das quais se comprovou o relacionamento extraconjugal entre as mulheres, bem como a intenção de se apossarem do patrimônio da vítima.

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