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Mais 9 réus da Operação Uragano são condenados e penas somam 125 anos

Sentença desta sexta-feira atinge ex-vereadores, ex-secretários e ex-mulher de Ari Artuzi

Helio de Freitas, de Dourados | 06/08/2021 14:07
Sidlei Alves (à direita, com Ari Artuzi) pegou a maior pena, 22 anos de prisão. (Foto: Divulgação)
Sidlei Alves (à direita, com Ari Artuzi) pegou a maior pena, 22 anos de prisão. (Foto: Divulgação)

Saiu nesta sexta-feira (6), a quarta sentença no âmbito da Operação Uragano, que derrubou o comando político de Dourados (a 233 km de Campo Grande), em setembro de 2010. Mais nove réus foram condenados e as penas somadas por corrupção passiva, peculato, crimes contra a lei de licitações e organização criminosa chegam a 125 anos.

Desencadeada pela Polícia Federal, a Uragano revelou o maior escândalo político da história do município, no período em que Dourados era administrada pelo prefeito Ari Artuzi, morto de câncer, há oito anos.

Na sentença de hoje, o juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal, condenou o ex-procurador-geral do município Alziro Moreno Arnal, o ex-secretário de Serviços Urbanos Claudio Marcelo Machado Hall, o ex-vice-prefeito Carlos Alberto Assis Bernardes, o ex-vereador e ex-secretário de Saúde Edvaldo de Melo Moreira, o ex-vereador Humberto Teixeira Junior, o ex-presidente da Câmara Sidlei Alves da Silva, a ex-secretária de Fazenda Ignez Maria Boschetti Medeiros, a ex-secretária de Administração Tatiane Cristina da Silva Moreno e Maria Aparecida de Freitas, que era casada com Ari Artuzi até 2010.

Alziro Moreno Arnal foi condenado a 21 anos e 9 meses de prisão e a pagar 660 dias-multa por corrupção passiva, falsidade ideológica, peculato e associação criminosa.

Marcelo Hall foi condenado a 9 anos e 5 meses e 210 dias-multa por corrupção passiva, crimes contra a lei de licitações e associação criminosa. Carlos Alberto Assis Bernardes, o Carlinhos Cantor, recebeu sentença de 12 anos e 8 meses mais 280 dias-multa por corrupção passiva, peculato e associação criminosa.

Acusado de corrupção passiva e associação criminosa, Edvaldo Moreira pegou 11 anos e 8 meses de prisão mais 279 dias-multa. Humberto Teixeira Junior foi sentenciado a 15 anos e 4 meses mais 401 dias-multa por corrupção passiva, peculato e associação criminosa.

Maria Aparecida de Freitas foi condenada a 6 anos e 4 meses e 125 dias-multa por corrupção passiva e associação criminosa. Sidlei Alves da Silva pegou a maior pena, 22 anos e 2 meses mais 580 dias-multa por corrupção passiva, peculato e associação criminosa.

Ignez Boschetti Medeiros foi sentenciada a 18 anos, 9 meses e 450 dias-multa por corrupção passiva, peculato e associação criminosa. Tatiane Moreno foi condenada por crimes contra a lei de licitações e associação criminosa a 6 anos e 7 meses e 303 dias multa.

Essa é a quarta sentença contra as 60 pessoas denunciadas pelo Ministério Público, 20 dias após as prisões que deixaram o município sem comando político. Foi preciso o diretor do Fórum na época, o atual desembargador Eduardo Machado Rocha, assumir como prefeito.

Assim como na sentença de junho deste ano – que condenou outros oito réus –, o juiz Luiz Alberto de Moura Filho determinou regime fechado, mas permitiu que todos recorram em liberdade. Os mandados de prisão só serão cumpridos, se a condenação for mantida em segunda instância.

Nas entranhas do poder – A investigação da Polícia Federal mostrou que a quadrilha, composta por agentes políticos, funcionários públicos e empresários, se instalou nas entranhas dos Poderes Executivo e Legislativo de Dourados para praticar “de forma organizada, sistemática e reiterada” crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e fraude a licitação.

Conforme a investigação, vantagens indevidas eram pagas aos agentes públicos, bem como favorecimento de pessoas e empresas mediante direcionamentos na contratação para aquisição de bens ou serviços e execução de obras.

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