Mais um dia de buscas chega ao fim sem pistas de irmãos desaparecidos
Amigos e parentes dos irmãos desaparecidos há 16 dias após abordagem o DOF percorreram matas e cachoeira em Sanga Puitã
Amigos e familiares encerraram na tarde desta segunda-feira (28) mais um dia de buscas aos irmãos Rodnei Campos dos Santos, 27, e Ednei Bruno Ortiz Amorim, 20, que desapareceram no dia 12 deste mês, após serem abordados por uma equipe do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.
Foi o décimo dia de buscas sem nenhuma pista dos rapazes, segundo uma prima de Rodnei e Ednei. Hoje o grupo esteve no distrito de Sanga Puitã, onde percorreu matas e as margens de um córrego. As buscas também foram feitas na cachoeira de um balneário abandonado, no mesmo distrito.
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As buscas já foram feitas também no distrito de Nova Itamarati, onde homens do Corpo de Bombeiros fizeram mergulhos em lagos e guardas municipais, apoiados pelos amigos e parentes, percorreram matas e estradas.
“Estamos procurando para todos os lados da cidade, mas até agora nada, nenhuma pista. A polícia diz que está investigando, já chamou todo mundo para depor, mas não faz buscas e não fala nada”, afirmou a prima dos rapazes.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios, que tem sede em Campo Grande, mas possui jurisdição estadual, e pelo próprio DOF. Entretanto, tanto a Polícia Civil quanto o departamento mantêm silêncio sobre o caso. Na semana passada, o titular da EDH e responsável pelo inquérito, delegado Márcio Obara, disse que nos próximos dias deve convocar uma entrevista coletiva para falar sobre o caso.
Desaparecimento– Os irmãos foram vistos pela última vez em uma abordagem feita por quatro policiais do DOF em frente a um posto de combustíveis na saída para Antônio João, entre 11h40 e meio-dia de sábado (12). Eles estão afastados das funções.
Vídeo da câmera de segurança do posto mostra o momento em que Rodnei é levado para a viatura, que deixa o local seguida pelo Golf, onde estavam três outros três policiais e Ednei, no banco de trás.
Informalmente, segundo o diretor do DOF, os policiais teriam dito que liberaram os irmãos logo em seguida. “A princípio disseram que saíram dali da linha de fronteira, que atrapalhava até a comunicação, para fazer a checagem deles, para uma averiguação mais detalhada em outro ponto e depois liberaram em função de outra ocorrência”, afirmou o coronel.
Os policiais já teriam sido ouvidos pelo major que conduz a investigação interna, mas os detalhes não foram divulgados.
O Golf preto que era usado pelos irmãos foi encontrado ainda no dia 12 no bairro Defensores del Chaco, em Pedro Juan Caballero, a cem metros da Linha Internacional, na saída para Dourados – do outro lado da cidade onde ocorreu a abordagem. O carro continua apreendido na sede da Polícia Nacional, em Pedro Juan Caballero.