Membro do “G8”, vice-prefeita é suspeita de receber propina com verba hospitalar
Gecoc e Gaeco, as "tropas de elite" do MP, investigam desvio da ordem de milhões do hospital de Sidrolândia
A ex-vereadora e vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina Fiuza (MDB), que foi parar em delegacia nesta terça-feira (18) por posse da maconha, durante a Operação Dirty Pix, é investigada por receber propina “via Pix” oriunda de verba hospitalar. Ela e outros vereadores, que integravam o chamado “G8”, oposição à gestão da então prefeita Vanda Camilo (PP), viraram alvo do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) por suspeita de “venderem” o apoio ao presidente do Hospital Beneficente Elmiria Silvério Barbosa, Jacob Breure, suspeito de desviar recursos da saúde.
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Segundo as investigações, o hospital recebeu R$ 5,4 milhões do Governo de Mato Grosso do Sul para aquisição de equipamentos médicos, como uma ressonância magnética e uma autoclave, que jamais foram entregues. Ainda conforme as apurações, parte desse dinheiro foi desviada por meio das empresas Farma Medical e Pharbox, pertencentes ao mesmo grupo econômico. Parte dos recursos foi distribuída entre vereadores da base de apoio ao gestor do hospital, que não fiscalizaram a aplicação dos valores.
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Ainda de acordo com o Gecoc, a filha e a companheira de um dos operadores financeiros do esquema atuavam como intermediárias para repassar os recursos a políticos e ao presidente do hospital, Jacob Breure.
Além de Cristina Fiuza, outros vereadores da época, como Enelvo Iradi Junior, José Ademir Gabardo, Elieu da Silva Vaz, Izaqueu de Souza Diniz (Gabriel Autocar), Cleyton Martins Teixeira e Cledinaldo Cotócio, eram integrantes do chamado “G8” e são investigados.
Não há detalhe sobre os valores recebidos por Cristina, que foi vereadora entre 2021 e 2024, se elegendo vice-prefeita no ano passado.
As informações constam no pedido de busca e apreensão em endereços dos investigados, assinado pelos promotores Bianka Mendes, Adriano Libo Resende e Humberto Lapa Ferri.
A Operação Dirty Pix investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, peculato (quando é cometido por servidor público), falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Sobre o conteúdo da investigação, as defesas dos suspeitos ainda não se pronunciaram, mas o espaço segue aberto para futuras manifestações.
Flagrante – Cristina Fiuza foi levada até a Delegacia de Polícia de Sidrolândia na manhã desta terça-feira (18), depois que agentes do Gaeco flagraram porção de 6 gramas de maconha, papel de seda e dichavador no guarda-roupa da vice-prefeita. Ela alegou que a droga e os aparatos pertencem a "um amigo" que usa o entorpecente quando a visita.
Cristina foi ouvida e liberada. Por ser pequena quantidade, a Lei 11.343/2006 prevê que a pessoa é conduzida para registro da ocorrência e assinatura de termo circunstanciado, sendo liberada posteriormente. O procedimento, se é prisão ou assinatura, depende da avaliação do delegado.




