Moradores são ameaçados e polícia volta à favela dominada por facção
Agentes do SIG e policiais militares percorreram na manhã de hoje a Favelinha do Estrela Verá, na região leste de Dourados
Policiais civis e militares voltaram nesta quarta-feira (14) a uma favela localizada na região leste de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, considerada estratégica bandidos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Ao Campo Grande News, o delegado Rodolfo Daltro, chefe do SIG (Serviço de Investigações Gerais), disse que o objetivo da ação de hoje foi conversar com os moradores e marcar presença na área, para impedir o retorno dos bandidos. Ninguém foi preso.
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Havia relato de que trabalhadores que moram na favela estavam sendo ameaçados por criminosos, suspeitando que os moradores os tivessem delatados, “o que não aconteceu”, afirmou o delegado.
No dia 1º deste mês, a polícia fez uma grande operação no conglomerado de barracos perto de perto do Córrego Engano, entre o Jardim Guaicurus e o Residencial Estrela Verá. No local existe uma mata, usada pelos bandidos como rota de fuga e para esconder produtos de roubo.
Foi perto dessa mata que, no dia 25 de outubro, Rodrigo Ferreira Dias, 19, o “R3”, e Arthur Rodrigues Neto, 18, o “Mizuno”, 18, foram mortos em troca de tiros com policiais. Os dois estavam envolvidos no assalto ao senador eleito Nelsinho Trad (PTB), ocorrido no dia 28 de setembro em Dourados.
A Favelinha do Estrela Verá também era usada como esconderijo de Rener Pimentel, 21, que liderou o assalto ao político campo-grandense e ficou com a pistola calibre 40, roubada do segurança de Nelsinho, um sargento da Polícia Militar. Rener foi preso no dia 7 deste mês.
“Fizemos patrulhamento para identificar barracos suspeitos e para conversar com a população. A favela estava praticamente dominada pela facção criminosa, mas conseguimos reverter a situação”, declarou Rodolfo Daltro.
A polícia também voltou hoje ao Residencial Harrison de Figueiredo, na mesma região da cidade. Durante a operação do dia 1º deste mês, Nhicolas Magalhães Dauzacker, 17, o “Cromado”, morreu em troca de tiros com a polícia nesse bairro.
Cromado era “soldado” do PCC e tinha como missão matar policiais e outros agentes públicos, a mando do presidiário Juan Régis, o “R7”, um dos líderes da facção em Mato Grosso do Sul, recentemente transferido da penitenciária de Dourados para Campo Grande.