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Interior

MP cobra de Estado e município atendimento a pacientes mentais

Helio de Freitas, de Dourados | 14/01/2015 14:54
O promotor Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior reunido com diretoras da entidade ligada à igreja católica que abriga pessoas com problemas mentais em Dourados (Foto: Hédio Fazan/O Progresso)
O promotor Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior reunido com diretoras da entidade ligada à igreja católica que abriga pessoas com problemas mentais em Dourados (Foto: Hédio Fazan/O Progresso)

O Ministério Público Estadual vai cobrar a intervenção do Estado de Mato Grosso do Sul e do município para garantir atendimento a pacientes mentais em Dourados, a 233 km de Campo Grande. A medida foi tomada pelo promotor de Justiça de Proteção do idoso e da Pessoa com Deficiência, Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior, após reunião com diretores da Toca de Assis, entidade ligada à igreja católica e local onde as pessoas com problemas mentais são abrigadas atualmente na cidade.

Além dos representantes da entidade que atua no cuidado aos pobres em situação de rua, participaram do encontro com o promotor a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância Sanitária, Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e Lar do Idoso.

Conforme o promotor, como Dourados não possui nenhum tipo de serviço residencial terapêutico que atenda necessidades de moradia para quem tem problemas psiquiátricos graves, essas pessoas são acolhidas em casas assistenciais não preparadas, nem estruturadas para receber esses pacientes.

Segundo a assessoria do MP, nos últimos dois anos a Toca de Assis tem abrigado de forma fixa pessoas com doença mental. “Quem conhece a entidade sabe que essa não é a sua missão. Fui pessoalmente ao local e constatei que as irmãs que lá atuam precisam de ajuda, passam os mais diferentes tipos de dificuldade com essas pessoas e o mais preocupante é que a Toca de Assis em Dourados pode fechar as portas”, afirmou Izonildo Júnior.

Conforme o promotor, o encontro foi para mostrar a realidade do atendimento a esses pacientes e a situação que a Toca de Assis enfrenta, assumindo o papel do Estado e do município. “Alguma coisa temos que fazer porque se a entidade fechar não tem outro local para abrigar as pessoas com deficiência mental. Isso é preocupante”, alertou.

Segundo ele, as irmãs da Toca de Assis, muitas delas jovens, fazem todo o serviço de atendimento às pessoas com problemas mentais e alguns deles, por conta da doença, são agressivos. Dez religiosas atuam na entidade e algumas dão continuidade aos estudos teológicos enquanto outras são dedicadas ao trabalho de atender as pessoas com alto grau de deficiência mental. Atualmente existem 18 pessoas no local.

Conforme o jornal O Progresso, a Toca de Assis passou a abrigar pessoas com problemas mentais após a morte de Roselina Colaço de Azevedo, em julho de 2012. Ela era mantenedora da Casa da Divina Providência, entidade que cuidou de desabrigados, a maioria com problemas mentais, por quase 50 anos.

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