MPI cobra Ministério da Justiça e PF sobre ataque a indígenas em Douradina
Um indígena continua internado em estado grave; Força Nacional é acusada de deixar acampamento antes do ataque
O Ministério dos Povos Indígenas cobrou em nota explicações do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a suposta retirada de agentes da Força Nacional pouco antes do ataque sofrido por indígenas guarani-kaiowá na região da Panambi-Lagoa Rica em Douradina, a 190 km de Campo Grande, neste sábado (4). Segundo o MPI, ao menos oito pessoas ficaram feridas. Já de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o número chega a 10.
"O secretário executivo do MPI, Eloy Terena, acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para receber explicações sobre a retirada da Força Nacional do local imediatamente antes do ataque e para garantir que o efetivo permaneceria no território para evitar novos episódios de violência",diz trecho da nota.
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Um indígena ferido na cabeça segue internado em estado grave no Hospital da Vida, em Dourados. Equipes do MPI e da Funai estão em Mato Grosso do Sul e foram até o território, junto ao Ministério Público Federal (MPF), para prestar atendimento aos indígenas e seguem acompanhando a situação.
Além disso, o MPI emitiu ofício para o diretor-geral da Polícia Federal, solicitando a investigação sobre os ataques, bem como a presença de policiais no local, mas disse que não houve resposta.
"A equipe do MPI acionou a PF para ida ao local, mas, até o momento, nenhum efetivo foi encaminhado. O MPI também fez contato com o Comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, que indicou que havia reforçado o policiamento e permaneceriam no local durante a noite para evitar um novo ataque".
Os indígenas guarani-kaiowá estão na Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica, território já delimitado pela Funai em 2011. O documento que identifica a área como de ocupação tradicional indígena segue válido, porém, o andamento do procedimento demarcatório se encontra suspenso por ordem judicial.
A Delegacia da Polícia Federal em Dourados informou, através da assessoria da PF, que foi instaurado inquérito para investigar o suposto atentado a tiros de quinta-feira. Vestígios foram encaminhados para a perícia. O mesmo procedimento deve ser adotado sobre o ataque de sábado.
No dia 2 de agosto, última sexta-feira, os indígenas foram oficialmente intimados a deixarem a área pacificamente. Eles tem até o dia 7 para a retirada
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