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Interior

Na polícia, empresário se nega a desbloquear celular e computadores

Marcos Walevein também negou conhecer irmã de traficante, morta em 2020, que depositou dinheiro na conta dele

Helio de Freitas, de Dourados | 26/05/2022 18:09
Computadores e notebooks apreendidos nos endereços de Marcos Walevein (Foto: Adilson Domingos)
Computadores e notebooks apreendidos nos endereços de Marcos Walevein (Foto: Adilson Domingos)

Preso ontem (25) no âmbito da Operação Intruso, o empresário douradense Marcos Walevein, 47, operador no mercado de criptomoedas e suspeito de lavar dinheiro para traficantes de drogas, se negou a desbloquear o celular e os computadores apreendidos em três endereços ligados a ele e à sua esposa.

Marcos foi preso em sua casa no Jardim Aline por decisão do juiz Lucas Tavares Coutinho, da 4ª Vara Criminal de Recife (PE), e levado por agentes do SIG (Setor de Investigações Gerais) para a 1ª Delegacia de Polícia.

Interrogado pelo delegado Rafael Raimundo Alves, Marcos se negou a fornecer senha de acesso ao celular e aos demais equipamentos eletrônicos apreendidos nas buscas. Como o juiz também decretou a quebra de sigilo telemático dele, os aparelhos foram apreendidos e serão periciados.

No depoimento, acompanhado pelo advogado Aguinaldo Florenciano, Marcos Walevein informou ter renda mensal de R$ 15 mil no ramo de criptomoedas, negou envolvimento com o tráfico de drogas e com lavagem de dinheiro e se manteve em silêncio quando perguntado se possuía armas. Duas pistolas 9 milímetros foram apreendidas durante as buscas. As armas seriam registradas.

O empresário afirmou possuir conexões comerciais e empresariais em diversos estados brasileiros, principalmente em São Paulo. Perguntado se costuma receber transações de criminosos, presidiários ou visitantes de presidiários, alegou não saber dizer, pois devido ao grande número de transações não tinha meios para identificar a procedência dos valores.

Investigação da polícia de Pernambuco revelou que uma das empresas dele, a Walevein e Gomes Ltda., movimentou quase R$ 22 milhões. Ele admitiu essa movimentação e disse que os valores eram provenientes de sua atividade com criptomoedas.

O empresário alegou não se lembrar de ter feito negócios com a maioria dos nomes citados pelo delegado. São pessoas que apareceram na quebra de sigilo bancário e fiscal no início da investigação, em 2020.

Marcos sendo conduzido por policiais civis após ser preso ontem em Dourados (Foto: Adilson Domingos)
Marcos sendo conduzido por policiais civis após ser preso ontem em Dourados (Foto: Adilson Domingos)

Marcos Walevein também afirmou não conhecer Mauro Sérgio Souza Feitosa, o “Maurinho”, e a irmã dele, Marcia Fabiana de Souza Feitosa. Preso na Penitenciária Federal em Campo Grande, Maurinho é apontado como chefe da organização criminosa.

Apontada como uma das chefes da quadrilha que comandava a venda de droga em Sergipe, Marcia morreu em confronto com policiais no dia 24 de setembro de 2020 em Aracaju, na Operação Xeque-Mate. A ação deu início à investigação que culminou com a operação de ontem em Dourados.

Segundo a polícia nordestina, Marcos Walevein recebeu transação bancária de Marcia Feitosa. Ele alegou não se recordar disso e afirmou não saber do envolvimento dela e de Mauro Feitosa com o tráfico de drogas.

Outra traficante que apareceu nas transações financeiras do empresário douradense foi Juliana Lourival Amaral Souza, 29, presa no dia 29 de setembro de 2020 em Manaus (AM). Ela é acusada de integrar a quadrilha de Gilson Mattos Rodrigues, grande fornecedor de skunk da região Norte do país. Marcos Walevein disse não se recordar de ter recebido dinheiro de Juliana.

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