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Interior

Obra de revestimento da MS-228, no Pantanal, é iniciada com o fim da cheia

José da Cruz | 28/08/2018 10:35
Trecho da MS-228 de 40 km que vai receber obras de cascalhamento. (Fotos: Divulgação)
Trecho da MS-228 de 40 km que vai receber obras de cascalhamento. (Fotos: Divulgação)

Com o início do período seco na região, começou a obra de implantação de revestimento primário em 40 km da rodovia MS-228, no Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá. Com investimentos do Governo do Estado – R$ 7.957.098,88 -, o trecho compreende a localidade da Curva do Leque (trevo com a MS-184) e a Fazenda Alegria, em direção ao centro de uma das regiões de maior produção de bovinos e destino de ecoturismo.

Máquinas e operários executam os primeiros trechos da rodovia, preparando terreno para o serviço de compactação, conforme estudos topográficos. A pista terá um aterro de 70 centímetros, para impedir a passagem de água durante as cheias anuais, e receberá uma base de cascalho com o fino de minério, material este geralmente descartado pelas mineradoras. O minério será transportado das jazidas de Urucum, distante 55km do local da obra.

Início das obras na Curva do Leque na MS-228, que dá acesso a pousadas e fazendas.
Início das obras na Curva do Leque na MS-228, que dá acesso a pousadas e fazendas.

O trecho em implantação é arenoso, dificultando o acesso às fazendas e pousadas de turismo. Com o revestimento primário os pantaneiros terão acesso o ano todo a uma das maiores praças de leilões, com comercialização de cinco mil cabeças/mês. Hoje, segundo o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, trafegar na rodovia, a partir da Curva do Leque, é um desafio mesmo em carro traçado, cuja dificuldade incide no custo elevado de frete.

“Uma rodovia que nos permita chegar a propriedade e tirar o gado, na seca ou na cheia, era um sonho dos nossos antepassados”, afirma o dirigente ruralista. “Pela primeira vez um governo enxergou a importância de uma estrada para o pantaneiro, que também beneficiará o turismo”, completou. Luciano estima que tanto a produção pecuária como o turismo ganharão um impulso muito forte com uma estrada trafegável, sem atoleiros e quebra de veículos.

Um novo ciclo

Com recursos do Fundo de Desenvolvimento de MS (Fundersul), a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) implanta na região pantaneira o maior programa rodoviário do Estado, abrindo um corredor de produção (pecuária e turismo) de Coxim, ao Norte, a Porto Murtinho, no extremo Sudoeste. A meta do Governo do Estado é criar uma rota de 1.000 km, interligando dez municípios da planície e destinos turísticos como Bonito e Jardim.

Meeta do Governo do Estado é criar uma rota de 1.000 km, interligando dez municípios.
Meeta do Governo do Estado é criar uma rota de 1.000 km, interligando dez municípios.
Previsão é que, dependendo das condições climáticas, obras deverão ser concluídas em fevereiro de 2019.
Previsão é que, dependendo das condições climáticas, obras deverão ser concluídas em fevereiro de 2019.

“Vamos passar por um ciclo transformador, pois a estrada é tudo para o pantaneiro”, comemorou o pecuarista Ulisses Serra Neto, o Noninho, ao citar os benefícios que os investimentos do Estado em infraestrutura viária na região trarão ao Pantanal e ao homem que ali vive. Ele observou que as dificuldades de acesso isolam secularmente a região, pelas características de solo (arenoso) e inundações anuais, tornando a atividade pecuária onerosa.

Para o produtor e leiloeiro Carlos Guaritá, o cascalhamento da rodovia gera uma expectativa muito grande entre os criadores do Pantanal pelo ganho no transporte da boiada no tempo da viagem e no custo. “Os produtores estão otimistas com essa abertura que o governo nos dá levando infraestrutura à região. Eu passo toda a semana por ali e vejo essa obra como um milagre que a gente nunca imaginava acontecer. O governo está de parabéns”, disse Guaritá.

Os serviços de terraplenagem, compactação do aterro e cascalhamento da MS-228, dependendo das condições climáticas, deverão ser concluídos em fevereiro de 2019, conforme cronograma da empreiteira contratada pela Agesul. Segundo o responsável pela obra, engenheiro Paulo Costa, a maior dificuldade será o transporte de 39 mil m³ de minérios. Os caminhões passarão por desvios nas pontes de madeira, cuja capacidade é de 15 toneladas.

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