Operação flagra capataz em condições de trabalho escravo e prende fazendeiro
Um trabalhador foi encontrado em condições de trabalho degradantes na fazenda São Lourenço, no distrito de Itahum, em Dourados. O fazendeiro foi preso por porte ilegal de arma.
Ele foi retirado do local pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), Polícia Federal, DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e Ministério do Trabalho.
Conforme o MPT, o homem era capataz do local, e vivia em situação precária, análoga a de escravo. O fazendeiro, Paulo Afonso Lima Lange, dono da Tropilha Crioula, foi preso por porte ilegal de arma.
Foram encontrados uma pistola Taurus calibre 357, de uso restrito, e espingarda calibre 32, nove cartuchos de calibre 28, cinco munições do calibre 357, 86 de calibre 22, dois de calibre 32 e um calibre 380 e mais um silenciador de pistola.
A operação conjunto foi feita na terça-feira (23). O trabalhador, de 49 anos, era submetido ao trabalho forçado, sendo ele coagido moralmente pelo patrão. Ele era o único empregado do local, e sozinho tomava conta das três áreas da fazenda, onde eram criados gado e cavalos crioulos.
O trabalho dele começava às 5h, e ia até às 21h, mesmo nos domingos e nos feriados. O homem já trabalhava há nove anos, e mesmo estando registrado em carteira, não recebia salário rotineiramente.
Segundo o trabalhador, o último pagamento foi feito em dezembro. Os valores chegavam a ser de apenas R$ 200 e R$ 300. Não havia proteção para o trabalhador, e mesmo tendo sofrido dois acidentes graves, ele não recebeu atendimento médico, nem ficou afastado para recuperação.