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Interior

Pequenos produtores amargam prejuízos que chegam a R$ 10 milhões

Renata Volpe Haddad | 04/02/2016 15:39
Lavoura de arroz ficou imersa depois do dique do rio não suportar a quantidade de água das chuvas e estourar.  (Foto: Lídio Pereira Assis/ Divulgação)
Lavoura de arroz ficou imersa depois do dique do rio não suportar a quantidade de água das chuvas e estourar. (Foto: Lídio Pereira Assis/ Divulgação)

Pequenos produtores de Mato Grosso do Sul amargam prejuízo em suas lavouras devido as fortes chuvas. A estimativa é de que as perdas passem dos R$ 10 milhões, em plantações de melancia, mandioca e arroz na região sul do Estado. As perdas com a soja ainda não foram estimadas.

Só em Eldorado - distante 447 km de Campo Grande, são R$ 5 milhões de prejuízos na produção de melancia. As fortes chuvas inundaram a lavoura e não houve tempo de retirar e salvas as frutas. "Moro há 36 anos em Eldorado e nunca vi nada igual como as chuvas que caíram no fim do ano e os produtores estão até agora sem acreditar", disse a prefeita Marta Maria de Araújo (PT).

Em Deodápolis, distante 252 km de Campo Grande, 735 hectares de lavoura de arroz ficaram embaixo d'água e quatro produtores amargaram as perdas. Conforme com o secretário do Sindicato Rural do município, Salazar José da Silva, de arroz, o prejuízo foi estimado em mais de R$ 2 milhões. "Os mais prejudicados foram produtores que têm propriedades na beira do rio e como encharcou, não deu para recuperar nada", informa.

Produtores de Deodápolis tiveram prejuízos com lavouras de arroz, mandioca e soja. (Foto: Nivaldo Schueruroff/ Divulgação)
Produtores de Deodápolis tiveram prejuízos com lavouras de arroz, mandioca e soja. (Foto: Nivaldo Schueruroff/ Divulgação)

O produtor de arroz Lídio Pereira de Assis conversou com a reportagem do Campo Grande News e contou que perdeu 120 hectares, em torno de 12 mil sacos. "Um prejuízo de mais de R$ 400 mil de recursos próprios e agora temos que erguer a cabeça e seguir em frente porque não tenho para quem reclamar", afirmou.

Assis tem lavoura na região há 17 anos e conta que nunca tinha presenciado tanta chuva. "Como a propriedade é perto do rio, o dique não suportou e estourou, inundando as lavouras", comentou.

Plantações de mandioca também foram prejudicadas e a estimativa de perdas em Deodápolis foi de R$ 3,9 milhões em 1,1 mil hectares.

Preocupados com escoamento dos grãos, produtores se reuniram e estão arrumando as estradas que dão acesso as fazendas, com recursos próprios. (Foto: Nivaldo Schueruroff/ Divulgação)
Preocupados com escoamento dos grãos, produtores se reuniram e estão arrumando as estradas que dão acesso as fazendas, com recursos próprios. (Foto: Nivaldo Schueruroff/ Divulgação)

O produtor de mandioca que tem lavoura na região há mais de 27 anos, Nivaldo Schueruroff, comenta que perdeu mais de 14 alqueires. "São mais de R$ 120 mil e uma parte da plantação foi feita com financiamento, mas não há o que ser feito, já que as chuvas foram vontade de Deus", avaliou o produtor.

Conforme Nivaldo que também tem plantação de soja, houve perda na lavoura de grãos, mas ainda sem estimativa. "Vou saber quanto eu perdi daqui a três dias, quando eu começar a colher", informou.

Porém, a preocupação no momento é outra, o escoamento. "Os produtores da região estão tirando dinheiro do bolso e há 20 dias estamos arrumando as estradas para poder fazer o escoamento dos grãos, porque por aqui, não tem como transitar", desabafou.

Governo– Para o secretário de produção, Fernando Lamas, é fato que a região Sul do Estado foi mais prejudicada devido as chuvas, mas as perdas são pontuais. "Os produtores mais afetados são os que estão mais próximos do curso do rio e realmente as lavouras encharcaram", avalia.

Lamas explica que a soja em regiões como Amambai, Aral Moreira e Laguna Carapã não terá como colher, pois mesmo que pare de chover, a umidade na região é alta. "Mesmo sem chuva, as máquinas não terão como entrar, porque a umidade é alta e teremos perdas sim, mas pontuais", informa.

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