Pescador quase perde o braço após ser atingido por ferrão afiado de pintado
Homem está com o espinho cravado há três dias; cirurgia para retirada acontece nesta sexta-feira (12)
Erasmo Luiz Portilho, de 46 anos, foi pescar no rio Aquidauana, em Camisão, na noite de quarta-feira (10) e acabou atingido pelo ferrão de um peixe. O pescador está internado há três dias com o ferrão cravado no braço e corre risco de perder o membro. A cirurgia para a retirada está marcada para as 15h desta sexta-feira (12).
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Pescador internado com ferrão de peixe cravado no braço corre risco de perder o membro. Erasmo Luiz Portilho, de 46 anos, foi atingido durante pesca no Rio Aquidauana, MS. Internado há três dias, ele aguarda cirurgia para retirada do ferrão. O acidente ocorreu na quarta-feira (10) e, devido à gravidade e perda de sangue, o pescador foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande. Segundo o filho, Kauan Portilho, o pai recebeu atendimento rápido, o que foi crucial para sua sobrevivência. A cirurgia está marcada para esta sexta-feira (12), mas a equipe médica avaliará possíveis danos nos nervos após o procedimento. Acidentes como esse são comuns, alerta o doutor em Ecologia José Sabino, que realizou pesquisa com pescadores no Pantanal. A Santa Casa informou que o paciente está estável e recebendo os cuidados necessários.
Segundo o filho, Kauan Nantes Portilho, 18 anos, cantor e compositor, o pai perdeu muito sangue ainda no local do acidente e só sobreviveu porque recebeu atendimento rápido. “Já estava bastante escuro onde está o ferrão. Os médicos disseram que quanto mais demora, maior é o risco de perder o braço”, contou.
Antes de chegar à Santa Casa da Capital, na manhã desta sexta-feira, Erasmo foi atendido no Hospital Regional de Aquidauana e transferido em vaga zero para Campo Grande. “Faz três dias com o ferrão do pintado lá no braço. Agora diz que vai operar às 15h. Estamos na expectativa. Mesmo com a operação, vamos precisar esperar abrir a região para ver se não afetou nenhum nervo e aí ver se vai conseguir voltar ao normal. Como ele perdeu muito sangue no local onde aconteceu o acidente, se demorasse, ele nem chegava. Praticamente nasceu de novo”, relatou o jovem.
O que fazer nesse caso? - Acidentes como o de Erasmo são mais comuns do que parecem, alerta o doutor em Ecologia José Sabino. Ele explica que, mesmo pescadores amadores, estão sujeitos a lesões que vão de pequenas lacerações a ferimentos graves e dolorosos, como o do pescador sul-mato-grossense. “O problema ganha contornos de saúde pública quando falamos dos pescadores profissionais. A depender do tipo de acidente, podem ficar sem poder trabalhar e, por consequência, perder sua fonte de renda”, disse.
Sabino destaca que os dados vêm de uma pesquisa feita por ele e sua equipe no Pantanal, onde foram entrevistados 200 pescadores profissionais. Nos cinco anos anteriores ao estudo, todos haviam sofrido algum tipo de acidente. Os traumas mais comuns envolvem espinhos de pequenos bagres e mordidas de traíras ou piranhas no momento do manuseio do peixe. Já os casos mais graves ocorrem com ferrões de arraias, cujo espinho é revestido por glândulas de veneno e pode provocar necrose dos tecidos, afastando o trabalhador da atividade por até quatro meses.
Para reduzir o risco de acidentes mais simples, Sabino orienta medidas básicas, como manusear os peixes com alicate apropriado para pesca e colocar o pescado em um recipiente, como balde ou samburá, logo após a captura. Segundo ele, cerca de 80% dos acidentes ocorrem por descuido do pescador, que pisa sobre o ferrão de um pequeno bagre ou sofre uma mordida ao manusear o peixe. Já os acidentes mais graves, com arraias, representam cerca de 15% do total e exigem atendimento médico rápido. No caso específico das arraias, a orientação de primeiros socorros é lavar muito bem a área atingida e tratar com água aquecida, com cuidado para não causar queimaduras, além de procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo.
Em nota, a Santa Casa informou que o paciente foi atendido na manhã de quinta-feira (11), às 10h41, devidamente avaliado e internado, recebendo todos os medicamentos necessários, incluindo analgésicos e antibióticos. O hospital explicou que a intervenção não se caracteriza como emergência, porque não havia risco iminente de morte, mas, diante da urgência, o procedimento foi programado para esta sexta-feira (12). Devido à superlotação, a unidade aguarda a liberação da sala cirúrgica. O paciente segue estável, monitorado e sob cuidados médicos contínuos.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.