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Interior

PM que atirou em tenente tem prisão decretada após ameaçar testemunhas

Ana Paula Carvalho | 18/10/2011 18:19
Tenente (a esquerda) no dia 9 de setembro, quando assumiu comando em Cassilândia. (Foto: A Trinuna News)
Tenente (a esquerda) no dia 9 de setembro, quando assumiu comando em Cassilândia. (Foto: A Trinuna News)

A juíza de Direito de Cassilândia, Luciane Buriasco Isquerdo, decretou a prisão preventiva, ontem (17), do soldado da Polícia Militar Adriano Paulo da Silva, de 34 anos. Ele é acusado de ter matado o comandante da PM, tenente Mário José Eufrásio da Silva, 49 anos, no último sábado, em Cassilândia.

Para converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, a juíza afirmou que o soldado ameaçou uma testemunha logo após o crime e que poderia ameaçar outras. “Pelo risco de ameaça às testemunhas, tendo havido ameaça no curso dos fatos a uma delas e tudo demonstrando por ora que o acusado não se submete a trâmites legais pela maneira que se comportou, donde se vê que pode vir a ameaçar testemunhas”, afirmou durante as justificativas.

Ainda de acordo com a juíza, o policial tem antecedente e pode ser considerado perigoso. “Ostenta, ainda, antecedentes, estando patente sua periculosidade”, relatou.

O soldado “Paulão”, como é conhecido, foi transferido para o presídio de trânsito de Campo Grande e passará, também, por uma auditoria militar, já que tanto vítima como autor eram militares.

Esposa - Hoje, o delegado responsável pelas investigações, Rodrigo de Freitas, ouviu a esposa de Paulão. De acordo com ele, no momento do crime, ela estava no quartel da Polícia, para onde foi após ser agredida pelo marido, e não pode dar detalhes sobre a discussão entre tenente e soldado.

O caso - Eufrásio morreu no sábado, após ser chamado para resolver uma ocorrência na casa de Adriano. O comandante foi atingido por 3 tiros. Da arma do suspeito partiram duas balas calibre 38, que atingiram o abdome de Eufrásio.

Da cabeça, foi retirada munição calibre .40, a mesma utilizada pelos soldados Steffaner Beitiol de Freitas e José Antônio Ferreira carapiá, que no dia do crime estavam em serviço e também foram até a casa de Paulão, depois que a esposa dele procurou o quartel da PM para denunciar violência doméstica.

Em depoimento, um dos soldados admitiu ter disparado, na tentativa de imobilizar Paulão, que atirava contra o comandante. “Eles estavam muito chocados e, inclusive, choraram durante o depoimento”, conta o delegado.

Na casa foi encontrada uma munição da pistola do Polícia, mas alega que não se recorda do segundo disparo que pode ter atingido a cabeça do comandante.

O delegado já ouviu os quatro PMs que estavam na casa no momento do crime. Os soldados que atenderam primeiro a ocorrência disseram que Paulão estava alterado e aparentando embriaguez. Ele não autorizou exame de alcoolemia e preferiu ficar calado, sem prestar qualquer esclarecimento.

Outro que já prestou depoimento foi o sargento chamado pelo próprio Paulão para ir até a residência do casal, para cuidar do filho de 1 ano, já que é amigo da família. O sargento e o comandante estavam de férias, por isso ambos não tinham armas.

Os exames de balística serão feitos em Campo Grande e os resultados devem ficar prontos em uma semana.

A ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) divulgou nota de pesar pelo falecimento do tenente Eufrásio.

Policial militar desde 1983, o comandante – natural de Uberlândia (MG), era casado, tinha três filhos e três netos. Ele foi transferido há menos de 40 dias para Cassilândia, no dia 9 de setembro. Antes, trabalhava em Chapadão do Sul.

“É com profunda dor que lamentamos esse momento trágico não só para a instituição, mas para toda a sociedade sul-mato-grossense. Rogamos para que Deus conforte seus entes queridos”, lamentou Edmar Soares, presidente da ACS.

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