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Interior

Polícia do Rio cumpre mandados em MS contra grupo que movimentou 200 milhões

Busca e apreensão são feitas em 4 estados. Em MS, alvos são Corumbá, Ponta Porã e Chapadão do Sul

Mirian Machado | 01/12/2021 14:37
Polícia Civil de MS durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Ponta Porã. (Divulgaçaõ/PCMS)
Polícia Civil de MS durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Ponta Porã. (Divulgaçaõ/PCMS)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quarta-feira (1°) a primeira fase da Operação Money Trail contra tráfico de drogas e de armas. São 45 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

A operação ocorre através da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos) do Rio de Janeiro em parceria com as policiais civis de cada estado contra organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas e crimes contra instituições financeiras que movimentou mais de R$ 200 milhões.

Em MS, os mandados são cumpridos em Corumbá, fronteira com Porto Quijarro, na Bolívia, Ponta Porã, fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e em Chapadão do Sul, contra integrantes do tráfico de armas e drogas, identificados como beneficiários finais dos valores movimentados.

No Rio de Janeiro são cumpridos mandados de busca e apreensão em contra operadores ligados ao tráfico, laranjas e depositantes envolvidos no esquema criminoso. São cumpridos três mandados de busca e apreensão em desfavor de indiciados presos com apoio da SISPEN da SEAP/RJ. Um dos alvos da operação, que está preso no Rio de Janeiro, é um conhecido operador financeiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

No Distrito de Guarus em Campos dos Goytacazes, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, um deles, no presídio Carlos Tinoco da Fonseca.

Em Santa Catarina, os mandados são cumpridos em Joinville e Camburiu contra operadores financeiros da organização criminosa especializados em crimes contra instituições.

Já em São Paulo, laranjas e supostos funcionários de instituições financeiras envolvidos foram alvos da operação. Os mandados foram cumpridos em Vinhedo, Valinhos e São Paulo.

Money Trail- A operação foi iniciada há dois anos após apreensão de documentos e comprovantes de depósitos arrecadados no bojo de operação contra organização criminosa especializada em crimes contra Instituições Financeiras pela Delegacia da Receita Federal, a partir dos quais foram requisitados e analisados diversos Relatórios de Inteligência Financeira do COAF, bem como representadas e analisados medidas cautelares de quebra de sigilo fiscal, bancária, telemática e telefônica.

Dezesseis pessoas ligadas à organização criminosa, dedicada a lavagem de dinheiro, foram identificadas, culminando na expedição, pelo juízo da 1ª Vara Criminal Especializada/RJ, dos 45 mandados de busca e apreensão.

Como funciona- Seguindo o rastro do dinheiro, foi verificada a existência de uma sofisticada cadeia de circulação ilícita de dinheiro para o tráfico de drogas e armas, dividida em núcleos interligados.

Nos núcleos do varejo, os recursos em espécie são arrecadados pela venda de drogas no varejo e pela prática de crimes patrimoniais (roubos a bancos, furtos de caixas eletrônicos, explosões de agências bancárias, roubos a centros de distribuição e etc), sendo posteriormente depositados em contas de laranjas indicadas e operadas pelos núcleos intermediários sediados principalmente no Estado de São Paulo ou diretamente nos núcleos de Fronteira sediados em Mato Grosso do Sul para pagamento de armas e drogas adquiridas.

Nos núcleos intermediários, os valores sem espécie são recebidos em contas-correntes de laranjas que recebem comissionamento para empréstimo das contas, "lavados" e repassado adiante com aparência de legalidade para os núcleos de fronteira para aquisição de mais armas e drogas, havendo indícios da participação de Gerentes de Bancos na movimentação financeira espúria.

Já nos núcleos da fronteira, os valores em espécie são recebidos já "lavados" como pagamento de armas e drogas adquiridas, iniciando-se novamente o ciclo criminoso com o fornecimento de mais armamento e entorpecente para as facções criminosas organizadas.

Ainda segundo a Polícia Civil, a guerra pelo controle dos pontos de varejo de drogas nas favelas não atinge o alto escalão do tráfico de armas e drogas. As investigações apontam que os intermediários e traficantes atuam indistintamente com todas as facções criminosas, incluindo o PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho, TCP (Terceiro Comando Puro) e ADA (Amigos dos Amigos).

Foi verificada a retroalimentação criminosa seja através de pagamento de "taxas" às facções criminosas em razão de grandes crimes patrimoniais (roubos/furtos a banco e etc), bem como pelo reinvestimento dos valores do crime em mais armas e drogas.

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